Foram sorteadas 40 pessoas da lista cadastrada no 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana para o júri –sete farão parte do conselho de sentença. O cadastro inclui pessoas com mais de 18 anos, residentes em São Paulo e sem antecedentes criminais.
Isabella morreu em 2008, ao cair do sexto andar do prédio onde moravam o pai e a madrasta –ambos negam o crime. O julgamento é realizado no fórum de Santana, zona norte de São Paulo.
A expectativa é que o júri se estenda por cinco dias. Ele deve opor a emoção, aposta da Promotoria, ao mistério, linha que será usada pela defesa para dizer que é impossível ter certeza do que aconteceu na noite do crime.
Os acusados chegaram ao fórum por volta das 8h30 e ficaram em celas separadas. Cerca de duas horas depois chegou ao local o pedreiro Gabriel Santos Neto, testemunha convocada pela defesa do casal e que não havia sido localizada até o fim de semana.
A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, chegou ao fórum por volta das 11h20, sem dar declarações. Em entrevista à Folha Online, por e-mail, ela disse acreditar na condenação dos acusados e voltou a citar o ciúme como a causa do crime.
Júri
Ao todo, 23 testemunhas serão ouvidas. São três testemunhas de acusação, 17 convocadas pela defesa e outras três comuns à defesa e à acusação –uma delegada, uma perita e um médico-legista.
O Tribunal de Justiça destacou 69 funcionários somente para este júri popular. As famílias do casal e de Ana Carolina de Oliveira, mãe de Isabella, devem acompanhar o julgamento na plateia do fórum, que tem 77 cadeiras.
Dois lados
O promotor de Justiça Francisco Cembranelli, do Ministério Público de São Paulo, será o responsável pela acusação. Na ocasião da denúncia, em 2008, Cembranelli apontou como provas contra o casal laudos periciais e versões de testemunhas –durante as investigações, mais de 60 pessoas foram ouvidas.
No ano passado, o promotor disse à Folha Online não ter dúvidas da condenação do casal. “Acredito que sim [devem ser condenados], por unanimidade até. É a ideia que eu tenho de que esse acervo probatório vai ser muito bem compreendido pelo júri, possibilitando aí sim uma condenação”, afirmou.
Já a defesa será comandada pelo advogado Roberto Podval, que assumiu o caso em abril do ano passado. A defesa alega, entre outros argumentos, que não há provas para incriminar o casal; que eles viviam em harmonia; e que o edifício London, onde Isabella morreu, era vulnerável à entrada de estranhos na ocasião. No ano passado, Podval chegou a levantar também a tese de que Isabella pode ter morrido em um acidente doméstico.
Isabella morreu em 29 de março de 2008, quando foi jogada do sexto andar do prédio onde moravam seu pai e sua madrasta. O casal está preso desde maio daquele ano. FERNANDA PEREIRA NEVES
da Folha Online
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