O governador Jaques Wagner disse que “não consegue ver uma agregação” do ponto de vista eleitoral com a filiação da ex-senadora Marina Silva ao PSB, caso ela não encabece a chapa dos socialistas.
“Com todo o respeito, não considero uma agregação do ponto de vista eleitoral. Até porque quem estava com Marina por considerá-la algo alternativo, (com Eduardo Campos), deixa de ser”, afirmou o governador na tarde de ontem, durante a Conferência Estadual do PCdoB, no Hotel Fiesta, em Salvador.
O PSB tem como pré-candidato ao Planalto o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que recebeu o apoio expresso de Marina na tarde de sábado, 5.
Ainda não há uma definição se a ex-senadora – que teve frustrada a tentativa de criação do partido Rede Sustentabilidade por decisão do Tribunal Superior Eleitoral – será candidata à vice-presidente na chapa de Campos. Mas ela admite esta possibilidade.
Na avaliação do governador Jaques Wagner, a chegada de Marina no PSB “resultaria numa reviravolta” somente se a chapa presidencial fosse encabeçada pela ex-senadora, que tem pontuado na casa dos 20 pontos nas pesquisas sobre a sucessão presidencial. “Não sei se na posição de vice, ela aporta (votos). Na tradição brasileira, as pessoas não votam no vice, votam no candidato”, afirmou o governador baiano.
Mesmo descrente de uma possível agregação da senadora à candidatura de Campos, Wagner considerou a filiação um ganho para o PSB: “Ela é um quadro político de qualidade”.
E destacou que ainda não desistiu de convencer Eduardo Campos de apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff. “Não parei de tentar. Se ele der mais uma chance, vou tentar convencê-lo” disse, aos risos.
Presidente estadual do PSB e virtual candidata ao governo da Bahia no próximo ano, a senadora Lídice da Matta afirmou que viu “com muita alegria” o ingresso de Marina Silva no PSB.
“É uma vinda que vai agregar muito ao nosso projeto. Ela consolida uma ideia de que é preciso impedir uma desagregação da esquerda no Brasil”, afirmou.
Diálogo
Um dos coordenares da Rede Sustentabilidade na Bahia, o advogado e professor universitário Júlio Rocha destacou que a articulação com o PSB está sendo feita com diálogo e capacidade de entendimento.
“Presenciamos um fato histórico na política brasileira: dois presidenciáveis fazendo um acordo programático e fortalecendo o campo da esquerda”, afirmou.
Ele destacou que os militantes da Rede Sustentabilidade na Bahia vão se abrigar “temporariamente” no PSB. “O caminho natural é construirmos uma aliança nacional e estadual. Vamos participar da chapa majoritária”, afirmou.
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