Aldemir Bendine acredita que o mercado financeiro vai se render, rapidamente, à decisão da presidente Dilma Rousseff de nomeá-lo para o comando da Petrobras. Ontem, depois de avaliar as repercussões negativas em torno de seu nome, desabafou a amigos: “Estava no preço”. Para Bendine, era natural que os investidores derrubassem o valor das ações da estatal, por não terem o pleito atendido por Dilma, de substituir Graça Foster por um executivo mais independente do Palácio do Planalto. “Pode acreditar: em poucas semanas, a visão sobre a Petrobras será melhor”, disse a um executivo do Banco do Brasil, instituição que ele presidia desde 2009.
Apesar da confiança demonstrada a interlocutores, com os quais comemorou, sem constrangimento, o feito de chegar à presidência da maior empresa brasileira, Bendine não terá vida fácil. A Petrobras é, hoje, um gigante de joelhos, assolado por denúncias de corrupção, caixa em frangalhos, dívida monstruosa e total descrédito. A companhia, que já foi símbolo nacional e motivo de orgulho dos brasileiros, passou a ser administrada, desde o início do governo PT, por meio de relações promíscuas entre o Planalto, executivos indicados por partidos políticos e empreiteiras que se comprometiam a pagar propina para realizar as obras.
O mar de lama no qual o governo meteu a Petrobras é assustador. A empresa, responsável pela maior descoberta de petróleo em pelo menos duas décadas, o pré-sal, tinha tudo para estar entre as potências mundiais. O que se vê, porém, é uma companhia sem perspectivas, com seu plano de investimentos estrangulado, investigada no país e nos Estados Unidos e lidando com preços em queda do petróleo no mercado internacional. Poucos se arriscam a prever o que ainda está por vir das investigações conduzidas pela Operação Lava-Jato, diante do tamanho do esquema criminoso que foi montado para sugar os recursos da companhia.
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