O mundo político contava com a prisão de Geddel Vieira Lima pelo menos desde a sua saída do governo Michel Temer (PMDB), em novembro do ano passado, quando deixou a secretaria de Governo e perdeu a prerrogativa de foro.
Na época, um deles, com interlocução frequente com o ex-ministro, sob a condição de anonimato, chegou a afirmar a este P. L. que só uma “figura passional como Geddel poderia ter deixado que uma briga com um colega menor” pudesse derrubá-lo do ministério, o que o expunha “a toda sorte de intempéries” num cenário dominado por investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Era uma referência ao ex-ministro Marcelo Calero, da Cultura, cuja briga com Geddel por causa da construção de um prédio na Ladeira da Barra, onde o peemedebista possui um apartamento, derrubou os dois. Coincidentemente, a Polícia Federal começou a rondar a vida do ex-ministro logo após a sua saída do ministério. Naquela semana, daria uma batida na casa de um ex-assessor seu, Leonardo Américo Silveira de Oliveira, que fora subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Governo, numa operação que investiga um esquema de desvios de recursos destinados ao transporte escolar num município baiano, sem vínculos com o ex-chefe. O próximo contato da PF com Geddel aconteceu no dia 13 de janeiro deste ano, na casa de praia do próprio presidente do PMDB da Bahia, em Interlagos, onde foi cumprido mandado de busca e apreensão. Tratava-se já da Operação “Cui Buono?” (a quem beneficia?), que apura um esquema de fraudes na liberação de créditos junto à Caixa Econômica entre 2011 e 2013, a mesma que levou agora o ex-ministro à prisão. Então, o doleiro Lúcio Funaro, acusado de participar do esquema junto com o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), já havia sido preso, mas se recusava a fazer delação. A ação da Polícia Federal contra Geddel ocorre exatamente depois das especulações de que tanto Cunha quanto Funaro já negociam acordos de colaboração premiada e sob o argumento de que o ex-ministro tentou comprar o silêncio de ambos.Fonte Politica Livre.
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