‘Plataforma dos candidatos segue a objetividade e o pragmatismo”

Política
A vez do municipalismo

Diferente do que aconteceu em 2006, campanha marcada pelo anti-carlismo e discurso vitorioso para mudar um modelo político centralizado sob o comando de ACM, com a vitória do candidato petista Jaques Wagner, em aliança com o PMDB, este ano esboça-se um cenário com tendências a uma pregação municipalista, ainda sem uma bandeira clara do que pretendem os candidatos a governador. Salvo a histórica dualidade ficar ou mudar” (quem está no poder deseja permanecer e dar sequência ao seu projeto; e quem está fora almeja entrar), os candidatos usam a objetividade e o pragmatismo.

Claro que, lá adiante, quando a campanha propriamente dita estiver em andamento, os candidatos terão que detalhar suas propostas para uma massa da população mais consciente e que não vota porque este ou aquele cabo eleitoral ou liderança municipal determinou. Mas, por ora, está sendo assim. Com apoio de líderes municipalistas, criar densidade eleitoral. Depois, resolve-se o item subsequente com o marketing político.

Nessa linha, o governador Wagner esteve em Jeremoabo no último fim de semana com o líder municipalista Otto Alencar conquistando espaços dessa natureza; Geddel andou por Irecê e Mundo Novo com César Borges, outro líder municipalista, dando densidade eleitoral à sua jornada; e anuncia-se o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, segundo colégio mais importante do estado e centro de uma ampla região, como candidato ao Senado na chapa Paulo Souto. Dois ex-governadores com características bem interioranas e um ex-presidente da UPB integrando as chapas majoritárias.

De sua parte, Souto ainda agrega em sua chapa a liderança do ex-governador Nilo Coelho (ex-presidente da UPB e ex-prefeito de Guanambi) na regiões Sudoeste/Oeste e tenta convencer o senador ACM Jr a compor o restante da coligação e formar um leque eleitoral com alguma densidade na RMS.

O mesmo acontece com Wagner em relação a Lídice da Mata; e Geddel com Edvaldo Brito. Lembrando que Geddel ainda tem espaço para mais um candidato ao Senado e Wagner idem-idem, este último propenso a conduzir Walter Pinheiro.

Com esse cenário em curso, o municipalismo volta a ser destaque na campanha e a UPB, hoje, sob a presidência de Roberto Maia, prefeito do PMDB, tem uma pauta enorme de reivindicações que sequer foi atendida desde a época da Marcha dos Prefeitos à Governadoria e à Alba, no início do ano passado.

Entre esses ajustes estão melhor distribuição de dividendos do ICMS, de forma mais equitativa; renegociações com as dívidas do INSS; maior participação do estado nos programas de educação que são de sua responsabilidade, mas assumidos pelas prefeituras; redistribuição do IPVA; e redefinições de ações no trânsito, pendências com o Poder Judiciário e outros.

A propósito, nesta quarta-feira, 28, a UPB promove uma Assembleia Geral para prestar contas, realizar reforma nos seus estatutos e definir a pauta para a XIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que acontece em meados de maio. Está na hora, pois, da UPB organizar uma agenda comum aos três candidatos a governador da Bahia, uma vez que, se a campanha está em esse viés municipalista, chegou a hora de cobrar uma contrapartida. E o momento é este, de um TAC político com os municípios, compromissos assumidos preto no branco pelos candidatos a governador.

Publicada: 27/04/2010 00:33| Atualizada: 27/04/2010 00:28

Política
A vez do municipalismo
Publicada: 27/04/2010 00:33| Atualizada: 27/04/2010 00:28

Tasso Franco