A notícia de que o Aeroporto de Salvador não mais será gerenciado por Recife, continuando a ser administrado por Brasília, não satisfez as bancadas do PMDB na Câmara Federal e na Assembléia Legislativa. Os peemedebistas consideram “passiva” a postura do governador Jaques Wagner no episódio e prometem manter a mobilização para que a Bahia retorne à condição de Superintendência Regional da Infraero.
“O que os baianos querem é um governante que, em primeiro lugar, tenha a coragem de defender os interesses do nosso Estado. A Bahia tem um dos aeroportos de maior fluxo turístico do país e capacidade de gerenciar todos os aeroportos localizados em seu território”, ressalta o deputado federal Colbert Martins.
Ele lembrou que o governador só “se moveu” em relação ao gerenciamento do Aeroporto de Salvador por Recife, após a reação do ministro da Integração, Geddel Vieira Lima e da bancada do PMDB. Mesmo assim, conseguiu apenas que o comando do Aeroporto não passasse para Pernambuco, continuando a ser administrado por Brasília, sem que a Bahia recuperasse o status de Superintendência Regional.
“Ele coloca um assunto de estado de uma forma simplista. Não estamos disputando com Pernambuco. O que queremos é que a Bahia exerça o seu direito natural de gerenciar o que está no seu território”.
Colbert Martins entrou em contato com o ministro da Defesa, Nelson Jobim e agendou com ele uma reunião no início do próximo mês, que terá também a presença do ministro Geddel Vieira Lima, em que eles vão discutir a situação dos aeroportos baianos. Além de Salvador, a Bahia tem também os aeroportos de Ilhéus e Paulo Afonso, sob a responsabilidade da Infraero.
Na Assembléia Legislativa, os deputados do PMDB também prometem agir, no sentido de que a Bahia retorne à sua condição de Superintendência Regional da Infraero. O líder da bancada, Leur Lomanto Jr. considera que além de perder o gerenciamento de um orçamento anual de R$ 83 milhões, o fato representa mais uma demonstração de perda de prestígio do Estado.
“Ele coloca o fato do aeroporto não ser comandado por Recife, como sendo uma grande vitória, quando o que ele deveria reivindicar é que a administração voltasse para a Bahia e não se contentar com o gerenciamento por Brasília”, alfinetou Lomanto.
O líder do PMDB lamentou a passividade com que o governador se comportou diante da perda de Salvador como superintendência regional da Infraero, em abril do ano passado. E acrescentou que desta vez, ele somente agiu impelido pela reação do ministro Geddel, o PMDB e outros setores da sociedade baiana.
“O governador só demonstrará ter tido atitude quando trouxer a administração de volta para a capital baiana, o que deveria ter sido feito antes. Um bom gestor perceberia isso sem necessidade de pressão por parte de deputados e da população”.
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