Imóveis fechados, vazios ou usados ocasionalmente, dificuldades para entrevistar a população rural, receio de moradores em receber os recenseadores e divergências nos limites territoriais são fatores que, segundo os organizadores do Censo Populacional 2010, podem ter contribuído para que 302 municípios baianos (72,4% do total de 417 cidades) perdessem habitantes no resultado preliminar da contagem. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 4, no Diário Oficial da União, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (clique aqui para acessar).
O resultado foi conseguido depois de um comparativo entre a estimativa feita pelo IBGE, em 2009, da ordem de 14.637.364 de habitantes na Bahia e o número da população recenseada até 31 de outubro, de 13.633.969 habitantes – 1.003.364 cidadãos a menos que o previsto (diferença de 6,8%). Contudo, este não é o único parâmetro. Se forem observados os dados do Censo de 2000, 172 municípios perderam habitantes na década, embora a Bahia continue como o quarto maior Estado da federação em número de habitantes (em 2000, eram 13.070.250 pessoas).
O documento aponta que a população encolheu na capital, com estimativa de 2.998.056 habitantes em 2009, mas que contabiliza, em 2010, 2.480.790 pessoas, meio milhão a menos que a previsão ou 82,65%. Números de Ilhéus e Juazeiro também indicam diminuição. As prefeituras têm 20 dias para contestar as informações, pois os valores repassados pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM) dependem dos números do censo.
Dos 417 municípios baianos, 52 não concluíram a coleta de dados no prazo. O trabalho de campo continua até o dia 20, com supervisores do IBGE nas ruas revisando os dados coletados. A previsão é que no dia 29 de novembro os dados estejam consolidados.
De acordo com o chefe da unidade estadual do IBGE, Artur Ferreira, a extensão territorial e a grande quantidade de setores rurais, que deixam a Bahia com a maior proporção de população rural do País em relação à urbana, é um dos principais aspectos que contribuíram para o atraso do censo no Estado. Arivaldo Silva l A TARDE
Haroldo Abrantes/Agência A TARDE
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