Os deputados do PP podem propor a antecipação da eleição para a presidência da Assembleia em solidariedade ao presidente Nelson Leal, cujo projeto de se reeleger vem sendo combatido pelo PSD sob o argumento de que participou de um acordo com a sigla pelo qual a vez de concorrer seria do partido do senador Otto Alencar.
Na avaliação dos progressistas, ao invés de colocar a PEC que permitiria a reeleição para votar, Nelson deveria antecipar a data do pleito de forma a viabilizar a eleição de um nome que considere viável no PP para bater-chapa com Adolfo Menezes, candidato do PSD. O quadro mais citado hoje entre os deputados é o colega Victor Bonfim.
Ele está no PL, mas assumiria o compromisso de migrar para o PP caso consiga se eleger com o apoio do presidente. A única dúvida que os parlamentares do PP têm hoje é com relação ao melhor momento para a eleição à sucessão na Assembleia ocorrer – se antes ou depois da eleição municipal, marcada para novembro.
Alguns ponderam que, se acontecer antes, eles não contariam com o empenho da oposição pela eleição de um nome do partido do vice-governador João Leão. Referem-se ao fato de que o vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis, do DEM, que seria um aliado importante no processo, vai estar voltado para a própria eleição à Prefeitura de Salvador.
Depois de eventualmente eleito, no entanto, Bruno somaria, segundo eles, uma força imbatível para ajudar no projeto de enfrentamento do PP ao governador Rui Costa (PT), que avalizou o acordo entre a legenda e o PSD e ainda fez questão de, na primeira oportunidade, reforçar que participou das discussões como fiador.
Apesar de a oposição ter uma liderança na Casa afinadíssima com o prefeito ACM Neto (DEM), Bruno sempre funcionou como um articulador dos oposicionistas no Legislativo, tendo desempenhado, nos bastidores, papel fundamental no processo que levou à eleição do hoje senador Angelo Coronel (PSD) à presidência da Assembleia, em 2016.
De acordo com estes deputados, o atual presidente já se convenceu de que, se o processo continuar com o contorno atual, ele dificilmente conseguirá se reeleger, apesar do apoio muito forte dos colegas que extrapola as fronteiras de seu partido. Por este motivo, não estaria disposto a se expor colocando a PEC da reeleição para votar.
Neste caso, correria ainda o risco de oferecer ao adversário – e ao governo – o mapa dos apoios ao seu nome, já que provavelmente estariam dispostos a mantê-lo no comando do Legislativo os mesmos deputados que se posicionarem pelo retorno do instituto da reeleição na Assembleia, um processo de votação que será aberto.
Oficialmente, a eleição para a presidência da Assembleia ocorre em fevereiro. A qualquer momento, no entanto, os deputados podem antecipar o dia da votação para a escolha, mantendo apenas o prazo da posse para o ano que vem, de forma a não alterar o tempo do mandato da atual mesa diretora.
Por trás da disputa está a análise, comum a praticamente todos os deputados, de que o comando do Legislativo será uma peça fundamental no jogo que vai se armar entre as forças políticas no Estado para a sucessão de Rui Costa ao governo, em 2022, no qual o PSD e o PP devem disputar o protagonismo com o PT na situação. Fonte Política Livre
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