Destacar as contribuições e valores dos 11 distritos para o Sertão da Ressaca é falar da história das pessoas que vivem na zona rural, em localidades que podem chegar a 100 km de distância da sede do município, a exemplo de Cercadinho e outros, como José Gonçalves, que preservam ainda em suas ruas o conjunto arquitetônico histórico do surgimento de Vitória da Conquista.
Mas não é só isso. Nos distritos, poetas, agricultores, cordelistas, professores, artistas plásticos, médicos e advogados também se destacam e se confundem com a história do lugar. E neste 7 de Setembro, quando se comemorou os 200 anos de Independência do Brasil, eles foram lembrados e homenageados pela Secretaria Municipal de Educação (Smed).
Prestigiando o desfile, a prefeita Sheila Lemos comentou que a zona rural não pode ficar esquecida. “Por isso, nós, através da Secretaria de Educação, fomos resgatar essa história e dizer que Vitória da Conquista é o que é hoje por conta da nossa zona rural, do nosso povo da zona rural”, comentou Sheila. Emocionada com a apresentação, ela ressaltou o trabalho da Smed na construção do desfile. “Um belíssimo desfile, com carros alegóricos maravilhosos, com as crianças muito empolgadas, contando e sabendo a história da nossa cidade, isso é maravilhoso”, avaliou.
Na zona rural de Vitória da Conquista vivem cerca de 32 mil pessoas, segundo estimativa do IBGE, e tem como base econômica a produção agrícola. Para contar a história deste povo, a Smed levou para a Avenida Integração, 1.800 alunos de 17 escolas municipais da zona urbana e rural, distribuídos em 13 alas temáticas: Bicentenário de Independência do Brasil, Sede, Bate-Pé, Cabeceira do Jiboia, Cercadinho, Dantilândia, Iguá, Inhobim, José Gonçalves, Pradoso, São João da Vitória, São Sebastião e Veredinha.
O secretário de Educação, Edgard Larry, explicou que a temática foi pensada há alguns meses e contempla o slogan da gestão da prefeita Sheila, Governo para Pessoas. “Com esse olhar para as pessoas, nós vislumbramos esse resgate, memória e história dos distritos, por isso, nós juntamos tanto a apresentação do histórico, costumes de nossos distritos, através de suas escolas e alunos, com o Bicentenário de Independência do Brasil, que culminou nessa extraordinária festa que nós vimos hoje”, explicou Larry.
Na primeira ala, uma referência às comemorações de 200 anos da Independência do Brasil pela Marinha. Na segunda ala, o distrito sede realizou uma homenagem aos índios Pataxós, Mongoiós e Imborés, por meio de uma alegoria coreografada, na qual os alunos se apresentaram caracterizados com indumentária indígena.
Durante a apresentação da Smed, o público conheceu alguns aspectos dos distritos rurais contados pelos alunos das escolas de cada distrito, com personalidades importantes, música, poesia, cordel, coreografias e alegorias que foram produzidas pelo núcleo artístico da Smed.
Quem foi à Avenida Integração teve a oportunidade de conhecer a geografia de Bate-Pé e suas tradições juninas, as pinturas rupestres do Pradoso, e relembrou o ex-prefeito Nilton Gonçalves, um ilustre morador de José Gonçalves. Também ficou sabendo da nascente do rio Catolé, em São Sebastião, dos doutores de Dantelândia, da poesia do poeta Erathósthenes Menezes sobre o Iguá, do samba e casa de farinha de São João da Vitória, dos quilombos de Veredinha, da colheita do café em Inhobim, do Bloco de São João, de Cabeceira do Jiboia, e das pedras preciosas de Cercadinho.
Cecília Alves do Santos, de 62 anos, integrante do Terno das Rosas do Distrito de José Gonçalves, ficou honrada com a homenagem prestada a seu grupo. “Eu me sinto orgulhosa, alegre, eu amei a gente ter resgatado esse terno de reis que eu amo muito, é uma coisa cultural que não pode acabar”, ressaltou Cecília.
A estudante do 9º ano da Escola Municipal Antônio Machado Ribeiro, do distrito de São João da Vitória, Jeniffer Santos, 15 anos, disse que ficou emocionada em conhecer um pouco mais de seu distrito e poder contar a história para outras pessoas. “Isso significa muito para mim, poder apresentar minha região neste desfile” comentou Jeniffer.
O diretor da Escola Municipal Tobias Barreto do distrito de Veredinha, Paulo Lélis, lembrou que o tema foi muito trabalhado na escola e culminou com o desfile. “Nós tivemos a preocupação de trabalhar com a historicidade do distrito, a questão dos quilombolas, apresentamos para os alunos a história do lugar. Os alunos quiseram participar, se empolgaram, eles se dedicaram para chegarem aqui de forma bonita, essa coisa linda que vocês viram”, salientou Paulo.
O desfile da Smed foi concluído com uma homenagem a artista plástica e visual, Cleide Nágida de Oliveira Schimtz, pela dedicação e empenho na criação artística do desfile.
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