Durante muito tempo, a violência contra a mulher foi invisibilizada devido à resistência na intervenção por ser considerada “problema de família e de casal” e, como consequência, as mulheres foram reduzidas ao silêncio. Por isso, este ano a Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Semdes), escolheu o tema #medeixefalar que remete à ruptura do silêncio imposto às mulheres.
Apesar do silenciamento histórico da violência de gênero, os números da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e do Centro de Referência da Mulher Albertina Vasconcelos (Crav) refletem uma realidade que ainda persiste em Vitória da Conquista e em todo território nacional. De janeiro a outubro de 2021, foram registrados 1.565 boletins de ocorrência na Deam, já o Crav realizou neste mesmo período 1.343 atendimentos, sendo 185 novos acolhimentos (atendimento à mulher que procura o serviço pela primeira vez).
Com informação e ação, é possível uma mudança de realidade. Para tal, a ONU propõe uma mobilização global pelo fim da violência de gênero. Segundo a coordenadora de Políticas para Mulheres, Dayana Evelinne Andrade, o ciclo de violência pode começar com uma simples interdição de fala, depois um xingamento, em seguida uma agressão física, podendo levar ao feminicídio, o último ato de uma escalada de violência. “Este ano infelizmente registramos um feminicídio que poderia ter sido evitado com uma rede de apoio mais eficaz e com a mobilização de todos. Por isso, vamos desenvolver ações que contemplam os locais de lazer da sociedade conquistense, além dos territórios de atuação do Sistema Único de Assistência Social- SUAS, do Transporte Público e das Unidades de Saúde do município. Estamos mobilizando a Associação de Bares e Restaurantes para que fiquem atentos a todos os tipos de violência contra mulher que podem ocorrer em seus estabelecimentos e os representantes dos Condomínios residenciais” explicou Dayana.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Social, Michael Farias, a violência contra a mulher deve ser debatida sempre. “Precisamos desconstruir os discursos que sustentam esse tipo de prática em nossa sociedade, por isso, é urgente darmos voz a todas as mulheres que sofrem violência, mas isso só acontecerá se falarmos sobre o assunto, debatermos todos os dias, para isso estamos realizando ações em todas as unidades socioassistenciais e também em parceria com outras secretarias”, declarou Michael.
A programação começa nesta terça-feira (23) e encerra no dia 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos.
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