por Juliana Almirante / Patrícia Conceição
Fotos: Lucas Franco e Tiago Melo / Bahia Notícias
No dia em que a greve dos professores da rede estadual de ensino completa 59 dias, sexta-feira (8), o presidente do Olodum, João Jorge, destacou os prejuízos da juventude negra, principalmente os alunos que cursam o terceiro ano do Ensino Médio, com a manutenção da greve dos docentes. Apesar de defender a legitimidade da paralisação, ele clama pela resolução do impasse o quanto antes. “A comunidade negra, que é a maior parte da escola pública, é atendida por uma rede que já tem problemas. […] É óbvio que os alunos que podem entrar na universidade com cotas são prejudicados. É a hora de sentar governo e APLB e resolver a situação”, avaliou em entrevista ao Bahia Notícias. Jorge argumenta que o movimento negro é solidário à campanha da categoria, enquanto meio de desenvolver e ajudar a educação pública, mas aponta a extensão da greve como o principal problema. “Como é longa, ela perde o sentido politicamente”, pondera.
Apesar dos apelos do presidente do Olodum, o andamento das negociações entre governo e docentes não aponta para um cenário positivo. O comando de greve volta a se reunir neste sábado (9), mas o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira, já adianta que, se o governo não avançar nas propostas, a decisão da assembleia agendada para a próxima terça (12) será pela continuidade da paralisação. “O governo apresentou nova proposta? Não. Se isso não acontecer até a próxima assembleia a greve continua. A essa altura do mês, se não tiver novidade, o movimento vai acabar entrando pelo São João”, declarou nesta sexta (8), direto da Praça da Piedade, onde os professores realizam um bazar com roupas, livros e utensílios a R$ 1,99. Questionado pelo Bahia Notícias se o comando de greve pretende adotar uma postura diferente em relação aos alunos que prestarão vestibular no final do ano ou se tem pensado em medidas para diminuir os impactos negativos nesse caso, o presidente da APLB foi enfático. “Não estamos pensando em nada, apenas em manter a greve se não houver nova proposta”, arrematou.
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