Ao inaugurar, amanhã (dia 5) às 11 horas a primeira etapa do projeto de irrigação Salitre, em Juazeiro, o presidente Lula estará entregando uma obra que vinha se arrastando desde 1998, apesar de ser da maior importância para a árida região do médio São Francisco.
O projeto Salitre começou a ser discutido pela Sudene, numa parceria com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), em 1966 e a elaboração do projeto básico foi iniciada em 1996. As obras propriamente ditas foram iniciadas em 1998, mas, depois de várias pequenas interrupções, ficaram paralisadas de setembro de 2004 até 2007, quando foram incluídas no PAC e reiniciadas pelo ministro Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional.
Com a conclusão da primeira etapa e a entrega das escrituras para ocupação de 5.099 hectares irrigáveis a estimativa é a de que serão serão gerados cinco mil empregos diretos e cerca de 10 mil indiretos, sendo que a previsão de geração de riqueza pela produção agrícola será da ordem de R$ 55 milhões, com a ocupação de pelo menos 80% do terreno. Esses empregos serão gerados pelos 255 lotes destinados à agricultura familiar e 67 lotes destinados a médias empresas agroindustriais.
Para irrigar todos esses lotes, o Projeto Salitre capta a água do rio São Francisco através de um sistema adutor composto de 19 mil metros de canais, estações de bombeamento e de pressurização, levando a água para o canal de distribuição principal, donde ela é canalizada para os lotes.
O Ministério da Integração Nacional está dando um tratamento diferenciado às empresas e aos agricultores familiares. Assim, os pequenos produtores encontrarão nos seus lotes os kits de irrigação completos, energia elétrica e estruturas de agrovilas, além de receberem financiamento em condições especiais do Banco do Nordeste e assistência técnica da Codevasf.
O Projeto Salitre foi concebido para irrigar uma produção agrícola diversificada, com prioridade para a fruticultura, que é a vocação principal da região, mas também para a produção de dendê, fumo, soja, mamona, girassol, cana-de-açúcar e até para a agropecuária.
A segunda etapa do projeto, que já foi iniciada, contemplará uma área irrigável de 7.613 hectares, enquanto que a terceira, a quarta e a quinta etapas, que farão parte do PAC II, somam 19.854 hectares. Desse modo, o projeto Salitre tem uma área bruta total de 67.100 hectares, dos quais 31 mil hectares de lotes irrigáveis, 16.600 de área de reserva ambiental e o restante de áreas de sequeiro e de apoio. A estimativa é de que, quando inteiramente concluído, em 2014, o projeto terá criado 90 mil empregos e consumido investimentos da ordem der R$ 900 milhões.
O Projeto Salitre é a maior obra de infraestrutura em execução em Juazeiro. Ele destinará, em sua primeira etapa, 255 pequenos lotes (de 6,6 hectares cada) para agricultores familiares; 18 lotes para médias empresas e 3 para grandes. Os editais para seleção dos irrigantes – agricultores familiares e empresas – que vão ocupar os 5.099 hectares da primeira etapa do Projeto Salitre foram lançados no último dia 27 de março.
Os agricultores familiares terão tratamento diferenciado das empresas. Enquanto os médios e grandes irrigantes receberão o terreno apenas com os pontos de irrigação e energia, cada lote dos pequenos agricultores terá ponto de água pressurizada, postes de energia elétrica, além de financiamento para a compra do kit de irrigação com o sistema apropriado para o cultivo desejado.
A implantação do Projeto Salitre conta com investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da ordem de R$ 251,5 milhões, a serem utilizados no período de 2007 a 2010. No biênio 2007/2008, os investimentos foram da ordem de R$ 119 milhões. Para o ano de 2009, os recursos serão de R$ 48 milhões.
Fonte: www.codevasf.gov.br
Pesquisa gildaásio Amorim fernandes
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