Professores: ‘Governo foi quem criou o impasse’



logo-uneb-formatadoDocentes da Uneb, Uefs, Uesc e Uesb não aceitam cláusula restritiva em acordo

Os professores da Rede Estadual de Ensino Superior, em greve há mais de 30 dias, acusaram o governo da Bahia de tentar confundir a população, ao afirmar que já atendeu todas as reivindicações solicitadas pela categoria. Nesta sexta-feira (20), durante uma passeata em Salvador, o coordenador do Fórum das Associações dos Docentes das Universidades Estaduais da Bahia (Aduneb), Gean Santana, em entrevista ao Bahia Notícias, afirmou que o impasse foi criado pela própria gestão, após incluir uma cláusula restritiva, não acordada previamente, que proíbe reinvidicações salarias nos próximos quatro anos. “O governo diz que não teremos direito a novos ganhos salariais para além daquilo que está no acordo, que seria a incorporação da CET (Condições Especiais de Trabalho), considerada insuficiente pelos professores porque só da um ganho real em quatro anos, de sete a 18 %. E isso não vai tirar os nossos salários da condição de penúltimo do Nordeste, criticou. Ainda segundo o dirigente, a administração foi informada, em novembro último, sobre a recusa da proposta, e em fevereiro os docentes formalizaram o indicativo de greve. “No dia 20 de abril o governo apresentou uma nova redação, que só acrescenta apenas garantias ao reajuste linear, referente a correção da inflação, mas isso não é novidade, porque todos os servidores já têm. No dia oito de maio, o governo anunciou, para a toda sociedade baiana, uma nova mudança na cláusula, mas esse novo texto só tem de diferente, em relação aos anteriores, a redação, o formato. O conteúdo, sentido e objetivo são os mesmos: impedir que tenhamos ganhos salariais para além do fixado no acordo e para além da correção da inflação. Por isso que os professores não aceitam essa cláusula, apelidada de cláusula da maldade, da mordaça”, criticou.

(David Mendes)