Foto : GOVBA
Por Adele Robichez
O governador do estado da Bahia, Rui Costa (PT), voltou a criticar hoje (22) a falta de aprovação de vacinas já autorizadas, distribuídas e aplicadas em outros países como nos da Europa e nos Estados Unidos (EUA) por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com ele, isso revela uma “insensibilidade à vida humana” da entidade e do governo federal.
“Quantas mortes ainda serão necessárias para haver alguma sensibilização da Anvisa?”, questionou o gestor. Segundo ele, não há motivos concretos para não haver a aprovação de alguns imunizantes ainda no Brasil. “Eu não consigo entender o porquê desse comportamento da Anvisa. Por que que a Anvisa, com má vontade, com burocracias, com falta de sensibilidade à vida humana, não aprova as vacinas?”, perguntou. Ele reforçou que vacinas como a da Pfizer e a da Moderna, sem autorização para uso no país ainda, já têm aprovação na Europa e nos Estados Unidos, onde estão sendo aplicadas largamente.
O administrador estadual acredita que as aprovações são necessárias para ampliar a vacinação contra o coronavírus no país. “Nós precisamos ter mais opções, um leque maior de vacinas, mas a Anvisa e o governo federal seguem demonstrando total insensibilidade à vida humana, total insensibilidade com a tragédia que alcança não só a Bahia”, disse. “A catástrofe se alastra pelo Brasil e a Anvisa e o governo federal ficam insensíveis e não tomam providências para que tenhamos lotes maiores de vacinas”, exprimiu.
Para tentar adiantar a vacinação da população baiana, o governo está buscando alternativas judiciais. No final de janeiro, já foi aberta uma solicitação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a compra da Sputnik V. “Nós estamos buscando contato com os laboratórios para que os estados possam adquirir e tentar, junto ao STF, uma autorização especial para a aplicação destas vacinas”, afirmou. “O Brasil não pode ficar refém da Anvisa e não pode assistir paralisado a mortes de pessoas de forma desnecessária”, concluiu.
Rui também criticou o cronograma de imunização construído pelo governo federal, que inclui vacinas sem contrato firmado e sem aprovação da Anvisa. “Infelizmente, as vacinas chegam a conta-gotas. O ministro [da Saúde] apresentou um planejamento, mas este planejamento está com a previsão de lotes de algumas vacinas que os laboratórios não garantem a quantidade e o prazo. Outras, sequer o Brasil tem contrato: no cronograma, tem a vacina indiana, tem a vacina russa, Sputnik V, que o ministério sequer tem contrato e a Anvisa sequer aprovou”, declarou.
A vacinação na capital baiana está suspensa desde o dia 16 de fevereiro porque o lote disponibilizado pelo Ministério da Saúde chegou ao fim. Apenas a segunda dose continua sendo aplicada na imunização cidade.
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