O Brasil vive em tempo de cóleras. Consciência negra sim, consciência indígena sim. Mais que tudo, precisamos ter consciência humana, cristã e reconhecer que a cor da pele, as diferenças sociais e econômica não sejam motivos de discriminação e violência. Precisamos ter mais consciência de cidadania, de humanidade e de respeito às leis e ao próximo.
Em uma das reflexões de Nélson Mandela, ele pontua: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e, se podem aprender a odiar, elas também podem ser ensinadas a amar.”
Na América, digo na América do Norte, há evidentes relatos de que o racismo ainda persiste, e isso tem gerado violência e morte. Um fato recente que levou milhares de pessoas às ruas foi a morte de um homem negro, George Floyd, sob joelho de policial branco, desencadeando a maior onda de manifestações dos últimos 50 anos nos Estados Unidos.
Mesmo depois de o maior líder negro da história dos Estados Unidos, o reverendo (pastor) Martin Luther King, ter iniciado, há mais de 5 décadas, um movimento que impactou o mundo todo pelo fim do Apartheid institucionalizado e estrutural, o racismo persiste até hoje. Há, naquele país, algumas atitudes, que, aliás, são muito mais expressivas do que no Brasil. O que, para mim, praticamente aqui não existe. Reafirmo: não existe racismo no Brasil.
Em entrevista semana passada, o vice–presidente da República, Hamilton Mourão, deu uma declaração, após a repercussão da morte de um homem em um supermercado no Rio Grande do Sul, que a repórter apontava como um dos casos relacionados a racismo, ele falou justamente o que reflete, a meu juízo, a realidade brasileira. Disse ele: “Para mim, no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil. Isso não existe aqui”. Afirmou Mourão”.
Na última sexta-feira, 20 de novembro, foi celebrado o DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, quando são relembradas as questões raciais no nosso país. Após vivenciar por mais de 300 anos de regime de escravatura, e celebrar os mais de 130 da abolição da escravatura, talvez a população ainda carregue intrinsecamente algum tipo de preconceito estrutural. O que eu acredito que não seja tão expressivo como quer apontar uma imprensa sensacionalista e alguns segmentos políticos deste País.
Na repercussão de semelhante fato, o relacionado com a morte de um cidadão por dois segurança em um supermercado no Rio Grande do Sul, a fala do presidente da República, em pronunciamento no Encontro do G20, afirma que: “O Brasil tem uma cultura diversa, única entre as nações”. Somos um povo miscigenado. Brancos, negros, pardos e índios compõem o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso, podemos contemplar uma diversidade maior do que países inteiros”. Disse mais:
“aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história”. Esclarece o mandatário brasileiro – Jair Bolsonaro.
Desse modo, podemos concluir que, de fato, não existe racismo no Brasil da forma como querem propagar. Talvez casos isolados e de forma implícita de brancos contra negros, e até de negros contra o próprio negro, quando não valoriza as suas verdadeiras raízes, e etnias.
Observa-se que, verdadeiramente, precisamos de que este país seja mais solidário e humano, e que os direitos e as garantias estabelecidos na Lei sejam respeitados. Chega de complexo de “vira-lata”, chega de divisão de etnias.
Dados do Anuário 2020 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostram que (65,1%) dos 172 policiais assassinados no Brasil em 2019, de folga ou em serviço, era negro. Mas há também relatos de que a maioria destes contingentes de policias, quando estão em serviço são os mais valentes e cruéis nas abordagens e ações operativas. Isto é fato. Por mais que um negro fardado representando o estado prenda um meliante não lhe dá o direito da bater na cara do indivíduo infrator, como acontece rotineiramente em nosso país. Há excesso de autoridade e, também, a exposição implícita do racismo nestas operações ainda que seja praticada de um negro para outro negro.
Racismo é crime?
É, sim. Com a Lei CAÓ 7.716, de 1989, o racismo se tornou crime inafiançável e imprescritível com pena de reclusão de até cinco anos. Isso significa, por exemplo, que alguém que impede uma pessoa de entrar no elevador ou xinga uma apresentadora de TV por ela ser negra deve ser punido.
Comendador Gildásio Amorim Fernandes
Obs: O significado de racismo estrutural
O racismo está na estrutura da sociedade: na política, na economia, nas nossas relações.
Ele faz parte da raiz da construção do nosso país e a forma que vivemos, agimos e pensamos. E quando ele se confunde com a composição da sociedade como a conhecemos, somos levados a pensar que muitas injustiças e absurdos que acontecem diariamente são normais ou naturais.
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