O governo do Rio Grande do Norte confirmou que 26 presos morreram na rebelião da Penitenciária de Alcaçuz. Quase todos foram decapitados. O secretário de Segurança Pública, Caio Bezerra, afirmou que haverá reforço nas guaritas e nos arredores do presídio durante a noite para evitar fugas. Revistas encontraram armas de fogo artesanais.
A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) informou que toda a penitenciária está dominada pela polícia. “Já iniciamos o trabalho de perícia”, disse Marcos Brandão, diretor do Itep/RN.
Pelo menos seis líderes da rebelião foram identificados pelo governo do estado. Eles pertenceriam à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A Sejuc informou que será solicitada a transferências dos líderes para presídios federais. Outros detentos devem ser transferidos ainda neste domingo (15) para outras unidades prisionais do estado. Uma estrutura foi montada para receber os corpos dos presidiários.
A rebelião durou mais de 14 horas. O motim começou por volta das 17h de sábado (14) (horário local, 18h em Brasília), e só terminou às 7h20 deste domingo (15), com a entrada nos pavilhões da Tropa de Choque da Polícia Militar. Uma briga entre presos dos pavilhões 4 e 5 teria dado início à rebelião. Alcaçuz é o maior presídio do estado, e possui capacidade para 620 detentos, mas abriga cerca de 1.150 presos.
O secretário de Estado da Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino Ferreira da Silva, afirmou que a rebelião foi a maior já registrada no complexo prisional, fundado no final da década de 1990. “É a maior rebelião em número de mortos, mas não iremos superar Roraima”, afirmou o secretário.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilma Batista, homens em um carro se aproximaram do presídio antes da rebelião e jogaram armas por sobre o muro.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) diz em nota que as mortes são “resultado de uma briga entre facções rivais”. Já o governo do estado afirma que “‘estão sendo levantadas informações acerca do envolvimento de facções criminosas”.
Crise nos presídios
Desde o início do ano, presídios do norte do país enfrentam episódios de rebeliões com mortes. No início do ano, um confronto entre facções rivais em Manaus deixou 56 mortos. No dia 6 de janeiro, outro confronto em presídio de Roraima deixou 33 mortos. Houve também fuga de centenas de presos.
Fonte: Jornal do Brasil
Deixe seu comentário