A impunidade nos casos de crimes de juízes vai aumentar se o poder
de investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) for diminuído,
disse a corregedora do conselho, a ministra Eliana Calmon, em debate
ontem à noite no auditório da Folha. Há algumas semanas, ela foi alvo
de uma polêmica envolvendo o judiciário e o ministro do Supremo
Tribunal Federal Cesar Peluso, ao afirmar que existem bandidos
“escondidos atrás da toga” no judiciário brasileiro. A afirmação foi
feita em resposta a uma ação da AMB (Associação dos Magistrados
Brasileiros) no STF, que tenta restringir o poder de investigação do
CNJ. Ontem, ela explicou que sua afirmação não foi genérica, mas
reafirmou que há caso de bandidos que tentam se esconder atrás da
Justiça. “Não temos uma sociedade de santos, temos uma sociedade que
tem um esgarçamento moral muito forte”, afirmou a corregedora. Segundo
ela, o país tem uma tradição “patrimonialista”, o Estado é efetivamente
espoliado sem muito pudor, e naturalmente que o Poder Judiciário não
pode ser diferente dos outros poderes e nem pode ser diferente da
sociedade brasileira”, afirmou. (Folha)
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