Previsão é de chuva forte na noite desta sexta e no próximo domingo.
Há possibilidade de chover até 40 mm em Teresópolis e Petrópolis.
Do Bom Dia Rio
A Região Serrana do Rio amanheceu com chuva pelo terceiro dia consecutivo. Até o início desta manhã, já passava de 500 o número de mortos na região. A previsão é que ainda haja chuva forte nesta sexta-feira (14) e no próximo domingo (16). Há ainda a possibilidade de que chova até 40 mm em Petrópolis e Teresópolis.
Em Teresópolis, já são 1.200 desabrigados e 1.300 desalojados. Mas há locais em que o socorro ainda não chegou. Durante a madrugada, um carregamento de caixões chegou à cidade para enterrar os mais de 220 mortos do município. Muitas famílias têm encontrado dificuldade de sepultar seus parentes porque os cemitérios foram invadidos pela lama. Um Instituto Médico Legal improvisado foi montado ao lado do IML da cidade para reforçar o atendimento às famílias das vítimas.
Maior tragédia do país
Esta já é considerada a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.
No ano passado, de janeiro a abril, o estado do Rio de Janeiro teve 283 mortes, sendo 53 em Angra dos Reis e Ilha Grande, na virada do ano, 166 em Niterói, onde se localizava o Morro do Bumba, e 64 no Rio e outras cidades atingidas por temporais em abril. Em SP, durante o primeiro trimestte de 2010, quando a chuva destruiu São Luiz do Paraitinga e prejudicou outras 107 cidades, houve 78 mortes. Os números da Região Serrana do RJ superam ainda os de 2008 em Santa Catarina, com 135 mortes. Relembre outras tragédias.
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A tragédia causada pela chuva já deixou 414 famílias desabrigadas em Nova Friburgo. Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, coronel Roberto Robadey, os moradores foram levados para seis abrigos da prefeitura. Já a prefeitura de Teresópolis designou dois abrigos: o Ginásio Pedrão, no Centro de Teresópolis, com capacidade para 800 pessoas, e um galpão no Bairro Meudon, onde podem ser alojadas 400 pessoas.
A infraestrutura da região foi atingida com severidade. Houve falta de luz, telefone e transporte nas três cidades. Bairros inteiros ficaram isolados e só na noite de quarta-feira (12) equipes de resgate começaram a dar conta da catástrofe em algumas das áreas mais atingidas. Em um desses esforços, foi resgatado com vida, sem arranhões, um bebê de seis meses de idade em Friburgo.
Oitocentos homens da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros tentam localizar desaparecidos em Teresópolis. O secretário do Ambiente do estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, classificou a chuva como a “maior catástrofe da história de Teresópolis“. “Não foi possível escolher o que ia cair. Casa de rico, casa de pobre. Tudo foi destruído”, disse a empregada doméstica de 27 anos, Fernanda Carvalho.
De acordo com especialistas, a explicação para a repetição de tragédias no RJ é a falta de controle e planejamento no crescimento das cidades. O relevo das cidades serranas funciona como uma barreira que impede a passagem das nuvens. Concentradas, elas provocam muita chuva numa única área. A parte alta das montanhas é um terreno muito inclinado e a vegetação cresce sobre uma camada fina de terra. A água da chuva vai penetrando no solo, que fica encharcado e se descola da pedra. O volume de terra desce como uma grande avalanche, devastando o que encontra pela frente.
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