Rede de Escândalos’ perfila os protagonistas dos maiores casos de corrupção da política brasileira
O ex-deputado Roberto Jefferson, delator do mensalão
(Agêcia Brasil/Divulgação)
de VEJA alimenta uma rede social peculiar: uma ferramenta que perfila os
envolvidos nos piores escândalos da história recente do país. Serão
cerca de 300 personagens, implicados em mais de 60 casos dos governos
Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma. O compromisso não é apenas o
de revisitar o passado, ressaltando as lições que o país aprendeu (ou
desperdiçou) em cada episódio. É também o de manter o leitor informado
sobre o desenrolar de investigações e julgamentos – e sobre o destino
daqueles que em algum momento, ou repetidamente, atentaram contra o bem
público.
PC, Correios e o mensalão – A ferramenta – que terá
atualizações semanais – é inaugurada com os dois maiores escândalos da
República: o caso PC/Collor, de 1992, e o mensalão, de 2005. VEJA
dedicou mais de 20 capas a cada caso, e seu esforço de reportagem teve
papel fundamental nos dois momentos. Em 1992, com a entrevista concedida
à revista por Pedro Collor, irmão do presidente Fernando Collor; em
2005, com a revelação do vídeo em que um desconhecido funcionário dos
Correios desnuda um esquema de corrupção na máquina pública. Justamente
por isso, o escândalo dos Correios também ganhou espaço na abertura
desta série – ele serviu de catalizador para que viesse a público a
existência do mensalão.
O caso Collor terminou com a queda do presidente e desencadeou uma onda
moralizadora na política. O segundo ainda não terminou, apesar da queda
de ministros e deputados. Em 2012, o caso será julgado no Supremo
Tribunal Federal, e o país saberá que moral tirar dele.
Rede de escândalos – Da revisão das dezenas de
escândalos, chama a atenção a recorrência dos personagens, dos alvos,
dos métodos e até das explicações fajutas. São parlamentares,
burocratas, chefes do executivo, lobistas, empresários e juízes ligados
por uma complexa rede de relacionamentos que atravessa governos,
partidos, tribunais, casas legislativas e instâncias de controle.
É notável a resistência de certos personagens. Há políticos que
sobrevivem a processos, cassações, renúncias e até prisões. Há lobistas
que se envolvem com mais de um escândalo ao mesmo tempo. Há empresários
dispostos a traficâncias com o governo e com a oposição. São
incorrigíveis. Contam com a morosidade da Justiça, a proteção de seus
pares e os serviços de bons advogados. Agarrados às desculpas mais
esfarrapadas, contam também com a falta de memória do eleitor. Daí a
importância de revisitar, um a um, os casos que indignaram o país.
A corrupção, infelizmente, está longe de ser .refreada no Brasil. Novos
episódios serão devidamente registrados nesta “Rede de Escândalos”.
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