Em algumas carreiras, o profissional deve tomar alguns cuidados com a garganta
por Especialista
“A voz é o espelho da alma” é uma frase que nunca foi tão precisa como nos tempos massificantes atuais, nos quais a indústria da moda e o culto obsessivo ao corpo reduzem o ser humano à “mera” aparência. Felizmente, a idéia do belo por inteiro cai por terra quando ouvimos a voz, e a opinião, de certos (as) belíssimos (as) modelos e manequins. Mostram o quanto a voz é reveladora da personalidade do indivíduo, além de revelar toda a carga emocional que depositamos em nossa garganta.
A laringe pode ser considerada uma “ponte ou via expressa”, pelo fato de transportar muito mais do que o conteúdo do enunciado. A voz de uma pessoa revela diferentes aspectos de sua personalidade: saúde, estado psíquico e emocional, deixando transparecer, até mesmo, o seu lado cultural.
A voz é o nosso meio de comunicação mais vivo e imediato. Podemos tocar uma pessoa à distância com a nossa voz. Esse “toque” pode ser suave e delicado, pode ser firme e seguro. E pode mesmo ser áspero e agressivo. Problemas de voz afetam a vida pessoal, social e, sobretudo, a profissional. Qualquer alteração pode ser motivo de ansiedade e angústia.
A saúde vocal preventiva, de aperfeiçoamento ou de reabilitação, faz parte, de vários programas de capacitação dos profissionais de rádio, vídeo e televisão e, e mais recentemente, de telefone – os operadores de telemarketing. Conferencistas, políticos, professores, entre outros, que usam a voz como instrumento de trabalho e necessitam atingir grandes e variadas platéias, estão cada dia mais atentos e sensíveis ao seu estado vocal.
“Problemas de voz afetam a vida pessoal, social e, sobretudo, a profissional. Por isso, é importante tomar cuidado e proteger a garganta”
Devido à natureza de seu trabalho, a categoria dos professores, é uma das classes de profissionais que mais alterações vocais apresenta, principalmente nódulos vocais de origem funcional (por mau uso ou abuso da voz). Esse verdadeiro herói leciona muitas vezes em condições desfavoráveis como classes numerosas, ambientes ruidosos dentro e fora das salas, falta de material de apoio, entre outras. Aqui vão algumas dicas práticas que todo professor, palestrante ou profissional da voz pode seguir:
-Beber bastante água enquanto estiver falando, em temperatura ambiente, de preferência em pequenos goles. Beba no mínimo oito copos ao dia, já que o corpo precisa de dois litros de água diariamente para ficar totalmente hidratado.
– Preocupar-se em manter uma alimentação equilibrada, sem grande número de horas em jejum, mastigando bem cada alimento a ser digerido;
– Ao sentir necessidade de tossir ou pigarrear forte, tente evitar isto bebendo água ou deglutindo algumas vezes;
-Fazer gargarejo suave, com água morna e uma pitadinha de sal, pois isto ajudará na hidratação da região da garganta;
– Aproveitar ao despertar para bocejar e espreguiçar, ações que podem diminuir a tensão da região do pescoço e dos ombros;
-Ficar atento para os ruídos da sala tais como os de ventilador, retroprojetor ou projetor de slides, ou mesmo dos alunos. Procurar não competir com o ruído externo e usar microfone se necessário;
– Lembrar que falar seguidamente durante muito tempo pode levar a uma fadiga muscular; alternar assim períodos de explanação com outras atividades;
– Aproveitar a hora do banho para fazer alguns exercícios, movimentando os ombros e o pescoço sob a água morna, transformando isso em um momento de relaxamento;
– Prestar atenção na forma como apaga a lousa; evitando movimentos bruscos e de limpeza do apagador, principalmente os alérgicos; às vezes um perfex ligeiramente úmido pode resolver esse problema;
– Explorar os recursos fônicos e corporais na tentativa de encontrar formas de garantir a atenção dos alunos;
– Enquanto estiver falando, manter a postura do corpo ereta, no eixo, porém relaxada, principalmente a cabeça.
Lembre-se de que essas dicas são preventivas. Caso você apresente rouquidão, soprosidade ou perda de voz há mais de duas semanas, procure um médico otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo para uma avaliação e orientação.
E-mail: [email protected]
Deixe seu comentário