Saúde: quase mil leitos hospitalares a menos nesta gestão


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Enquanto a insegurança que ameaça as nossas vidas e desafia o estado como instituição faz suas vítimas ruidosamente através de ações violentas, outros milhares de cidadãos baianos morrem silenciosamente, por falta de atendimento médico. Os dados são tão assustadores quanto os da segurança.

Cidadãos baianos morrem em corredores de hospitais, em macas ou em casa, esperando um atendimento médico que nunca chega.

Somente em dezembro/2009, 240 cidadãos soteropolitanos que foram atendidos em postos de saúde da prefeitura e precisavam de internação hospitalar, morreram porque não foi possível transferi-los para nenhum hospital estadual (fonte: Datasus/Ministério da Saúde).

Hoje, a “fila de espera” de pacientes necessitando de uma cirurgia, somente em Salvador, chega a 20 mil pessoas. O número se refere às chamadas cirurgias eletivas, aquelas que podem ser agendadas, por não implicarem risco imediato à vida. São mais de mil procedimentos, que vão de uma retirada de amígdala à correção de uma fratura na coluna.

A pesquisa foi feita em diversas capitais brasileiras pelo jornal O Globo, porém as próprias secretarias de saúde admitem que os dados estão subestimados.

Na maioria dos estados, gestores responsáveis pela “administração” da fila têm dados parciais sobre a demanda reprimida ou nem sequer os possuem. Em muitos casos, transferem a regulação aos hospitais, que definem as prioridades conforme seus interesses. O número é estimado, mas permite concluirmos que em toda a Bahia, milhares de cidadãos  seguem padecendo suas dores enquanto espera uma vaga hospitalar, nesta verdadeira fila da morte.

Como sempre é dada prioridade a cirurgias de emergência, ninguém sabe como a fila anda e muito menos quanto. Assim, muitos deles não resistirão ao tempo de espera.

Segundo o Ministério da Saúde, em dezembro de 2006 a Bahia tinha 26346 leitos hospitalares, com mais 893 em UTI. Depois de 3 anos de gestão JW, em dezembro de 2009,  e de três hospitais inaugurados – embora sejam cinco na sua farta propaganda – a Bahia possuia   25851 leitos hospitalares, com mais 1172 em UTI (dados de março 2010). Ou seja: enquanto a população do estado cresceu, reduziu-se a capacidade de internação hospitalar em 923 leitos.

Mesmo havendo um aumento do número de leitos em UTI, a disponibilidade total para pacientes do SUS é de quase mil leitos a menos (fonte: CNES-Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Brasil/Ministério da Saúde).

Os alardeados hospitais inaugurados pelo atual governo, alguns ainda sem condição de funcionamento, não melhoraram em absolutamente nada a situação da saúde pública em nosso estado. Eles simplesmente tentaram ajudar a tapar os buracos existentes,  substituindo outros centros hospitalares sucateados, abandonados e arruinados.

Direito à vida não é questão política

Quando alguma voz se levanta e faz uma crítica a esta situação absurda e caótica, o governador do estado responde irritado que “estão querendo politizar as ocorrências”.

Politizar a morte só interessa ao próprio governador, que assim foge do foco principal que é a falta de atitude, de ação e de soluções para os problemas da Bahia.

A morte por falta de segurança ou por falta de assistência médica não é política; é dor para milhares de famílias baianas, é sofrimento para quem fica e é matar um pouco mais a Bahia.

Por tudo isso é que não podemos mais esperar.

Precisamos com urgência aumentar os investimentos da Saúde, expandir a rede de atendimentos ambulalatorial, criar nova carreira de médicos com incentivo para o trabalho no interior, mudar esse quadro administrativo para que possamos dar à Bahia e aos seus cidadãos, a dignidade e a própria vida.

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nos informa O ex-ministro Geddel vieira Lima em eu blog   www.blogdogeddel.com.br