Com o prolongar do período de estiagem que não chegou ainda no seu período mais crítico, geralmente entre os meses de setembro a outubro, a seca na Bahia já levou 251 municípios a decretarem situação de emergência por falta de água para consumo humano, animal e irrigação. Previsões econômicas revelam que os prejuízos na agricultura, pecuária e comércio, por causa da seca, pode gerar um déficit de R$ 7,7 bi no PIB baiano.
Em alguns municípios a situação tem sido mais grave como é o caso de Abaré, onde os prejuízos na agricultura alcançaram o patamar de 100% em 2012. Na pecuária os prejuízos atingem a criação de caprinos, bovinos e ovinos. Em 2011 o prejuízo foi de R$ 1 milhão, sendo 2.500 cabeças de caprinos, 3.400 de ovinos e 1.000 de bovinos. Em 2012 já chega a R$ 320 mil.
No município de Banzaê a perda da safra de feijão e milho em 2011/2012 foi quase total. A de castanha de caju foi de 70% e a apicultura não teve nenhuma produção em 2012 e baixa produção em 2011. Na pecuária 50% das pastagens estão perdidas e os animais, bovinos, ovinos, caprinos, suínos e aves de pequeno porte estão perdendo peso gradativamente, alguns chegando à morte.
Em Caem a dívida dos agricultores e pecuaristas também vem crescendo e já se estima alcançar o montante de R$ 500 mil. As taxas de desemprego também crescem assustadoramente e já alcançam os 20% na zona rural devido à falta de trabalho na lavoura e na pecuária. A inadimplência no comércio também cresceu já que sem trabalho o dinheiro não circula.
Localizado na região sudoeste da Bahia, no município de Itambé a pecuária de corte e de leite também vem sofrendo muito com a estiagem. Os criadores já contabilizam os prejuízos, uma vez que o preço da arroba do boi gordo caiu de R$ 105,00 para R$ 85,00. Quanto ao gado leiteiro, a redução na produção do leite foi de aproximadamente 70%.
No município de Nova Soure na agricultura os cultivos de feijão e milho sofreram com a perda de aproximadamente 70% do que foi plantado, representando 400 toneladas de grãos. Já em Nova Triúnfo as perdas na agricultura são de aproximadamente 140 toneladas entre os cultivos de feijão, milho, mandioca e abóbora. O município também teve suas atividades escolares e da área de saúde alteradas devido a necessidade da população de ir a busca de água.
Em Planaltino o desemprego atinge tanto a cidade como o campo, faltando trabalho na zona urbana devido a dificuldades no abastecimento de água para a sua principal atividade que é a construção civil. E na zona rural mais de 95% da população está sem trabalho.
As perdas de mais de 70% nas culturas de milho, feijão, sorgo e algodão geraram um prejuízo de R$ 954 mil ao município de Urandi. Na pecuária os animais sentem a escassez de água o que torna o rebanho debilitado, chegando até a morte. Devido aos problemas causados pela seca o débito dos agricultores e pecuaristas da região já chega a R$ 250 mil.
Para evitar o aumento nas perdas dos rebanhos, os pecuaristas de Várzea da Roça já transferiram 40% de sua criação para outros municípios. Mesmo assim a perda já atinge 10% do rebanho e cresce com o intensificar da seca.
Pensando em ajudar esses e os outros municípios baianos em situação de emergência que vivem casos semelhantes ou piores do que os dos municípios citados, a União dos Municípios da Bahia (UPB) lançou a campanha “Seca na Bahia, Solidariedade Já!”, para arrecadação de equipamentos e recursos financeiros para compra de água e cestas básicas para amenizar o sofrimento do povo sertanejo. Para conhecer mais sobre a campanha acesse: www.secanabahia.com.br
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