A presidente eleita Dilma Rousseff vai anunciar nos próximos dias a indicação da socióloga Luíza Bairros, atual titular da Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia (Sepromi), para nova ministra da Igualdade Racial.
De acordo com as agências Globo e Folhapress, Luíza já aceitou o convite feito por Dilma, mas a atual secretária prefere não comentar o assunto enquanto não houver o anúncio oficial. Negra, 57 anos, Luíza é gaúcha, mas vive há mais de duas décadas em Salvador, onde destacou-se por sua militância no Movimento Negro.
Em agosto de 2008, assumiu a Sepromi, órgão criado pelo governo Wagner em 2006 para desenvolver políticas públicas para os afrodescendentes. A notícia da indicação foi recebida com entusiasmo por líderes de movimentos negros. “Concordo com a escolha, Luíza é competente, negra assumida e tem boa capacidade de gestão. Além disso é uma mulher de atitude. Na hora de divergir, diverge, não tem medo de defender seu ponto de vista”, elogia Vovô, fundador do bloco Ilê Aiyê.
Ele conhece Luíza desde os tempos de militância e conta que já teve até alguns desentendimentos com a futura ministra, mas nada de muito relevante: “Tudo em favor do crescimento do negro”, destaca.
Para a socióloga Paula Barreto, coordenadora do Centro de Estudos Afro-orientais da Ufba, a escolha de Dilma para a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) foi “excelente”. “Bairros tem uma longa história de militância, é respeitada nacionalmente e, à frente da Sepromi, tem adquirido experiência de gestão. Além do mais, ela também é uma militante feminista”, defende.
Entusiasmado mesmo ficou seu colega de instituição e militante fervoroso do movimento negro, Fernando Conceição. “Já dei pulos de alegria aqui. Essa foi a melhor notícia de 2010”, comemorou. Para ele, Luíza é uma das mulheres intelectualmente mais preparadas para levantar a discussão em favor do negro, por sua formação acadêmica (ela é socióloga), além da longa trajetória de militância.
“Não só os negros, mas a sociedade brasileira só tema ganhar com essa escolha”, completa. Bartolomeu Dias da Cruz, presidente do Núcleo OMI-DUDU, ONG de apoio às causas negras, foi surpreendido pela notícia da nomeação de Luiza para o ministério de Dilma. “Isso representa o avanço da mulher negra na política. Infelizmente, pelo histórico de racismo e exclusão, temos poucas pessoas preparadas, atualmente”, lamenta. Para ele, a falta de dinheiro atrapalhou a gestão de Luíza na Sepromi e o comando do ministério será um novo desafio
Redação CORREIO
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