Seminário na Uneb debate ponte Salvador-I​taparica

palestra  na uneb
Seminário na Uneb debate ponte Salvador-Itaparica
A comunidade acadêmica da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) teve a oportunidade hoje (21) de conhecer o projeto do Sistema Viário Oeste (SVO), que inclui a Ponte Salvador-Itaparica. A apresentação feita pelo secretário estadual do Planejamento, José Sergio Gabrielli, detalhou a proposta, tanto do ponto de vista técnico dos estudos realizados até o momento como da contextualização socioeconômica que exige do poder público soluções para os gargalos logísticos que travam o crescimento do Estado.
O seminário Projeto Viário Oeste Ponte Salvador – Itaparica, organizado pela instituição, aconteceu no teatro da instituição e reuniu, além de estudantes e professores, representantes de entidades da sociedade civil organizada e moradores dos municípios de Itaparica e Vera Cruz. Na oportunidade, os presentes também tiveram a chance de conhecer a proposta sustentada pelo arquiteto e urbanista Paulo Ormindo, que defende a construção de uma via alternativa que contornaria da Baía de Todos-os-Santos, a três ou quatro quilômetros do litoral, rumo ao Recôncavo.
As críticas feitas por Ormindo, contrário ao projeto do Governo da Bahia, foram desconstruídas pelo secretário do Planejamento e pelo diretor da Seplan Paulo Henrique de Almeida. Um dos argumentos do arquiteto é que a existência de um vão móvel na ponte, que serviria de abertura para passagem de plataformas de petróleo e embarcações de grande porte provocaria grandes congestionamentos, pois obrigaria a paralisação da circulação de veículos.
Almeida rebateu, informando que a ponte terá entre 70 e 80 metros de altura e a necessidade de abrir o trecho móvel seria apenas com a construção de plataformas no estaleiro. “Será construída, no máximo, uma plataforma por ano. Ainda assim, ela será transportada de madrugada e com planejamento de meses de antecedência. Não interferirá no fluxo. Além disso, a construção desse trecho móvel é uma hipótese que ainda está em discussão”, esclareceu Almeida.
Outra preocupação expressa pelos moradores da ilha diz respeito às desapropriações. José Sergio Gabrielli destacou que não há nada definido nesse sentido até o momento e que os estudos estão sendo feitos com o objetivo de utilizar prioritariamente zonas rurais.
Participaram do evento o reitor da Uneb, Lourisvaldo Valentim da Silva; a vice-reitora, Adriana Marmori; o prefeito Vera Cruz, Antônio Magno; e o vice-prefeito de Itaparica, Rogério Emílio.
BENEFÍCIOS – Antes de discorrer sobre os aspectos técnicos da ponte Salvador-Itaparica, o secretário do Planejamento, José Sergio Gabrielli, traçou um panorama com as diretrizes para o desenvolvimento logístico da Bahia. Ele lembrou que o Estado possui ilhas de desenvolvimento, como grãos (Oeste), eucalipto (Extremo Sul), minério (Sudoeste), frutas e caprinocultura (Norte), que precisam de infraestrutura que permita otimizar o escoamento da produção.
Além disso, o Estado vem crescendo, alavancado pelos setores de serviços, comércio e construção civil, fomentados pela injeção de recursos dos programas de distribuição de renda Bolsa Família e Aposentadoria Rural, especialmente nas cidades de pequeno e médio portes. Esse crescimento também demanda logística e as lacunas começam a ser supridas com projetos como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), Ferrovia Juazeiro-Feira de Santana, Hidrovia do São Francisco, linhas de transmissão de energia e infovias.
Nesse contexto, explica Gabrielli, o Sistema Viário Oeste (SVO), ao qual está integrada a ponte, trará benefícios como: o aumento da eficiência logística na Região Metropolitana de Salvador (RMS), facilitando o fluxo de mercadorias e serviços; melhoria das condições de vida da população da RMS, que ganhará novo eixo de expansão urbana e melhores condições de mobilidade; e, ainda, a ponte e o SVO criam um novo eixo de desenvolvimento no Recôncavo Sul e no Baixo Sul, regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e na proximidade da RMS.

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