Foto: André Dusek/AE
Senadores que se mobilizaram pela abertura da CPI da Previdência temem que a base do governo boicote a comissão. Apesar de terem reunido mais do que o número necessário de assinaturas para abrir o colegiado, senadores de oposição acreditam que partidos da base podem pressionar pela retirada de nomes e atrasar a indicação de membros para inviabilizar a CPI.Com a reforma da Previdência enviada por Michel Temer já em discussão na Câmara, o senador Paulo Paim (PT-RS) quer apurar desvios de verbas, fraudes, sonegações e outras irregularidades nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele acredita que a argumentação do governo de que há déficit na Previdência é falsa. Líder do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) afirmou que um dos desafios que a CPI pode enfrentar é a indicação de nomes para compor o colegiado. De acordo com o regimento, cabe ao líder de cada partido indicar parlamentares da bancada para participar da CPI. A senadora teme que líderes aliados do governo não façam as indicações com o intuito de atrasar a instalação da comissão. “Vamos precisar que os partidos indiquem os membros. Espero que PSDB, PMDB e partidos da base indiquem os seus senadores para fazer parte da CPI”, afirmou. Gleisi defende que, se há de fato estouro no caixa da Previdência, como informa o governo, o ideal é que esses números sejam revelados pela CPI. Na base do governo Temer, o líder do PSDB, senador Paulo Bauer (SC), disse que pretende usar os 30 dias previstos no regimento para indicar senadores tucanos para o colegiado. “Vamos avaliar, no prazo, os nomes que deverão integrar a CPI”, disse. Até a tarde dessa segunda-feira, 6, Paim reuniu 29 assinaturas para instalar a CPI da Previdência.
Estadão Conteúdo
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