A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, afirmou neste sábado (7) que “seria muito difícil dormir”, para os brasileiros, caso soubessem dos mesmos detalhes que ela tem sobre a situação carcerária no país. “Hoje temos as questões gravíssimas de organizações criminosas dominando em todos os estados do Brasil. Por isso eu digo que não é cômodo nem confortável nenhuma poltrona na qual eu me assente, por uma singela circunstância: eu sou uma das pessoas que mais tendo informações não tenho a menor capacidade de ter sono no Brasil”, afirmou a magistrada, em entrevista à jornalista Consuelo Dieguez, da revista Piauí, durante o Festival Piauí GloboNews de Jornalismo. “Se o brasileiro soubesse tudo o que sei, tendo visitado 15 penitenciárias masculinas e femininas, seria muito dífícil dormir”, declarou, durante conversa com o jornal, sendo acompanhada por uma plateia. Ela evitou polêmicas e ao ser questionada sobre a delação da JBS, ela destacou que o ex-procurador-geral da república, Rodrigo Janot, que foi responsável por conduzir os acordos da colaboração dos empresários, é “experiente e muito preparado”. “A colaboração premiada tem sido um instrumento necessário para chegar ao fatos para que a corrupção não prevaleça. Eventuais excessos serão corrigidos. Nenhuma investigação ou acusação para caso o procedimento não tenha sido perfeitamente aplicado”, disse. Ainda neste tema, ela criticou os vazamentos constantes das informações obtidas junto aos delatores. “O vazamento é um erro”. Ainda sobre a crise política, ela defendeu a democracia e minimizou riscos de uma intervenção militar, nomeando como desserviço “qualquer fala de qualquer pessoas que seja contra a Constituição”.Foto: Reprodução / TV Globo
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