Temer pede que PGR acelere investigações após vazamento de delações da Odebrecht

Em pedido a Janot, presidente argumentou que país passa por “séries crises econômica e política”
Em pedido a Janot, presidente argumentou que país passa por “séries crises econômica e política”

Citado na delação da Odebrecht divulgada na última sexta-feira (9), o presidente Michel Temer enviou, nesta segunda-feira (12), um requerimento ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedindo celeridade na conclusão das investigações e das homologações das colaborações premiadas de funcionários e ex-funcionários da empreiteira.

Argumentando que o país passa por “séries crises econômica e política”, o presidente criticou o vazamento de delações e disse que as medidas de ajuste fiscal conduzidas pelo governo vêm “sofrendo interferência pela ilegítima divulgação” de depoimentos de delatores. Segundo ele, enquanto as delações não forem completadas e homologadas, o país vai continuar num “clima de desconfiança geradora de incerteza”.

“O fracionado ou porventura lento desenrolar de referidos procedimentos pré-processuais, a supostamente envolver múltiplos agentes políticos, funciona como elemento perturbtador de uma série de áreas de interesse da União […]. Ante o exposto, a União pleiteia que Vossa Excelência examine a possibilidade de imprimir celeridade na conclusão das investigações em curso. Requer também que as colaborações premiadas porventura existentes sejam, o quanto antes, finalizadas, remetidas ao Juízo competente para análise e eventual homologação e divulgação por completo. Com isso, a eventual responsabilidade criminal dos investigados será logo aferida”, escreveu o presidente.

Delação

De acordo com reportagens divulgadas nos últimos dias, Cláudio Melo Filho, executivo da maior construtora do Brasil, disse que entregou dinheiro vivo em 2014 ao advogado José Yunes, amigo e um dos mais próximos conselheiros de Temer.

As acusações também envolvem outros nomes importantes do governo como o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o ex-ministro do Planejamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, também do PMDB. Todos negam irregularidades.

O requerimento, assinado pelo próprio Temer, foi enviado a Janot e encaminhado por meio da Advogada-Geral da União, Grace Mendonça. Após citar iniciativas do governo para a retomada do crescimento econômico como a proposta que limita os gastos públicos e a reforma da Previdência, Temer escreve que elas são “indispensáveis” para resolver a “situação fática” pela qual passa o país, que tem trazido “prejuízos à União e a toda a população brasileira”.

Com Agência Brasil

Fonte: Jornal do Brasil