RIO – Três prédios desabaram e um foi atingido parcialmente na região da Avenida Treze de Maio, no centro do Rio, na noite desta quarta-feira, 25. De acordo com informações iniciais, um dos prédios que ruiu tem cerca de 20 andares, o outro, 10, e o terceiro, 4. Segundo o Corpo de Bombeiros, antes do desabamento teria havido uma explosão, mas isso não foi confirmado.
Há pelo menos cinco feridos, dos quais quatro foram encaminhados ao Hospital Souza Aguiar. Cães farejadores também detectataram pelo menos mais dois corpos soterrados e equipes trabalham no resgate. O comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, informou, nesta madrugada de quinta-feira, 26, que é muito pequena a possibilidade das eventuais pessoas soterradas pelos escombros terem sobrevivido, a não ser que, durante a queda dos três prédios, algum bolsão de ar tenha se formado em meio aos destroços.
Desaparecidos. Um total de 40 homens dos bombeiros trabalha na região do incidente; vários deles atuaram no trabalho de resgate das vítimas do terremoto que atingiu o Haiti. Um posto de informações e apoio a cerca de 15 famílias das pessoas supostamente desaparecidas foi montado primeiramente no prédio da Caixa Econômica Federal (CEF), mas foi transferido para a Câmara Municipal, na Cinelândia.
Um dos desaparecidos seria o analista de sistemas Marcelo Rebelo, cuja esposa, de prenome Michele, resolveu ir para o local após saber do ocorrido com os prédios e ver que o marido não chegava. Segundo ela, Marcelo faz curso de informática três vezes por semana em um dos prédios que desabou e até as 21h30 não havia retornado para casa. Ela tentou falar por celular com ele, mas o aparelho está fora de área.
Segundo as pessoas que estão sendo atendidas no centro de apoio instalado na Câmara, há uma lista de pelo menos 20 desaparecidos em posse dos familiares que esperam por informações dentro do prédio do legislativo municipal. A média de parentes para cada pessoa desaparecida é de cinco.
A Avenida Almirante Barroso, entre a Rua Senador Dantas e Avenida Rio Branco, está interditada em ambos os sentidos, na região próxima à sede da Petrobrás, do BNDES e do Theatro Municipal. Agentes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar, CET-Rio e Guarda Municipal estão no local.
Por causa do desabamento, uma densa nuvem de cinzas cobriu veículos e tomou conta das vias próximas. ‘A poeira chegava do outro lado do Municipal, na Avenida Rio Branco, e no Largo da Carioca, ao lado do metrô’, relatou o leitor Jean Souza.
A Light informou que uma equipe está no local para desligar a energia nos arredores do prédio para evitar incêndios. O pedido foi feito pela prefeitura. Testemunhas relataram um forte cheiro de gás na região.
No saguão de um dos prédios funcionava uma agência do Banco Itaú e uma padaria. Nas proximidades também ficam o tradicional Bar Amarelinho, que reúne políticos, artistas e jornalistas há décadas.
Feridos. Uma mulher de 30 anos com ferimento na cabeça foi encaminhada para o centro cirúrgico do Souza Aguiar. Um homem de 37 anos teve trauma abdominal e está em observação. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, ele teve outros ferimentos leves e está lúcido.
Entre os feridos estaria também o zelador do prédio de dez andares e um operário que trabalhava na obra do prédio de 18 pavimentos, que estava dentro do elevador.
A Secretaria de Saúde do Estado disse ter colocado todos os hospitais em alerta para receber possíveis vítimas. As unidades de socorro mais próximas são as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Tijuca e Botafogo e o Hospital Souza Aguiar.
Metrô. Em entrevista coletiva, no início da madrugada desta quinta-feira, 26, na região onde ocorreu o desabamento de três prédios, no centro do Rio, o prefeito carioca Eduardo Paes afirmou que, de acordo com o presidente do Metrô, nenhuma das estações localizadas naquele trecho da cidade sofreu qualquer tipo de abalo estrutural e toda a malha metroviária da capital fluminense funcionará normalmente nesta quinta-feira. ‘O presidente do Metrô já esteve aqui e garantiu que o metrô funcionará normalmente’, disse.
Momentos após o desabamento, foram fechadas as estações Presidente Vargas, Uruguaiana, Carioca e Cinelândia do Metrô-Rio. Por isso, a linha 1 chegou a operar de Ipanema/General Osório a Glória e de Saens Peña a Central e a linha 2 opera de Pavuna a Estácio. As linhas de ônibus 180 e 184, que passam pelo metrô do Largo do Machado até a Central, estão sendo reforçadas por causa do fechamento das estações do metrô. Não há previsão para a reabertura das quatro estações.
Causas. Dois fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ) acompanham os trabalhos das equipes que estão no local com o objetivo de buscar as primeiras informações para detectar as causas do desabamento do edifício.
Na manhã desta quinta, o presidente da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes (CAPA), Luiz Antonio Cosenza, estará no local para dar prosseguimento aos trabalhos.
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