Quantos Manoel, João, Maria e tatos outros sem nome, sem rosto, sem identidade e que são cidadãos perante a constituição divagam em nosso meio, entre o vaivém do dia a dia pelas ruas, avenidas, vielas, calçadas e lixos e entulhos, em busca de uma migalha qualquer para sobreviver. São inúmeros. Ainda que nossa cidade seja privilegiada, em não possuir favelas mais muitas questões que envolvem o social precisa que seja revista e atendidas pelo poder público e, sobretudo pelo Estado. E, também por gestos humanitário e solidários de nossa comunidade.
O senhor Manuel expressa essa realidade, e de inúmeros outros cidadãos, nossos irmãos que padecem e que sofrem na miserabilidade e que vivem a margem como lixo em meio ao lixo. As pessoas não têm mais tempo para compadecer da miséria e sofrimento alheio, e nem da realidade daqueles que vivem a margem da sociedade. A busca desenfreada pelo sucesso, riqueza, fama e beleza, o faz diferente e indiferente a tudo e a todos porquanto possa necessitar de sua presença, solidariedade, compaixão ou participação. O que importa, é tão somente o que lhe vai trazer ou proporcionar resultados.
Precisamos de mobilizações, e envolvimento da sociedade para parlamentar, fomentar, e propor articulações e redirecionar e provocar as instâncias governamentais, que seja; municipal, estadual e federal a exercer o seu papel e atender as demandas sociais de nossa comunidade.
Dai a necessidade de fazermos uma Conquista Urgente. Solidária, Cidadã e mais humana. Acredito, e tenho certeza que o Prefeito de Vitória da Conquista, o doutor Guilherme compartilha com esse pensamento, essa vontade. comendador gildasio amoim fernandes
Manoel Fernandes Souza, 63 anos, residente na Avenida Ceará, 623, bairro Brasil, foi flagrado pela reportagem do site conquistanews, dentro de um container de lixo da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, catando garrafas peti, plástico ou papelão para vender. Isto aconteceu durante a feira na Avenida Itabuna.
Este é seu trabalho diário. Ele chafurda em meio a montanhas de lixo, sem a menor proteção. Por isto, vive com uma tosse medonha, que faz seu corpo às vezes ser sacudido violentamente pelos espasmos. Ele encontrava pedaços de pasteis e coxinhas, que acabava comendo. Conseguia aproveitar também restos de frutas.
Este é seu trabalho. Esta é sua vida. “Vivo numa situação de miséria terrível. Não consigo aposentar, não tenho casa própria, moro em casa de herdeiros e não encontro trabalho fixo. Já fiz inscrição no programa Minha Casa Minha Vida e nunca fui chamado. Sofro muito vivendo dentro do lixo e posso morrer a qualquer hora na minha cidade”. Desabafou o idoso magro, visivelmente abatido e mal vestido.
Vitória da Conquista, linda, charmosa e elegante perante a publicidade, às vezes abandona os seus filhos que se perdem nos calabouços do serviço sub-humano, como Manoel Fernandes. Manoel nasceu e criou em Vitória da Conquista e hoje sua maior angústia e não ter conseguido uma casa para morar.
Ele passa por aflições, a fome às vezes corrói seu estômago e algumas noites vai para a cama, sem almoço ou janta. As vezes não consegue nem ficar de pé, por causa da fome. Este é o retrato sem retoques da cidade. Existem outras criaturas vivendo este mesmo drama.
Meu Lixo Minha Vida
Reportagem e fotos João Melo
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