“Cientistas chilenos trabalham no desenvolvimento da primeira vacina contra o alcoolismo, baseada em uma mutação genética presente em 20% da população asiática, que, de forma natural, sofre consequências tão severas ao consumir álcool que isso inibe seu vício, explicou o médico coordenador do projeto”. “Com a vacina, a vontade de beber será muito pequena devido às reações que terão”. “Se os resultados em humanos forem bem-sucedidos, bastaria que o paciente tomasse a vacina uma vez por mês para começar a sentir os sintomas por um período prolongado, o que desestimularia o vício”. (Revista Veja coluna saúde editada em 07/01/2011)
Acende-se uma luz no fim do túnel para os adictos que pretendem se virem livres desse vício ignominioso de efeitos maléficos.
Se estas pesquisas derem resultados positivos será uma grande esperança para os alcoólatras e os Alcoólicos Anônimos (AA) que defendem a eliminação do alcoolismo, um vício que produz danos inefáveis ao indivíduo com sequelas de ordem psíquica, social e familiar. Para esta parcela de pessoas, o consumo de álcool tem consequências tão severas que acabam por inibir o vício nesta substância, explicou Juan Asenjo, líder do projeto.
“A ideia que se faz do álcool como produto estimulante é falsa. Grande parte dos acidentes de trânsito ocorridos no Brasil é consequência direta da embriaguez ao volante.
É crime, portanto, dirigir sob a influência de álcool ou de substâncias de efeitos análogos, expondo a dano potencial a integridade de outrem, reza o Código de Trânsito Brasileiro que alerta: ÁLCOOL E VOLANTE NÃO COMBINAM.
Nesse sentido o Congresso Nacional votou a Lei nº 11.705 de 19 de junho de 2008, a chamada “Lei Seca”, para inibir o consumo de bebida alcoólica por condutor de veículo automotor.
Um levantamento da Organização Mundial de Saúde – OMS revelou que os brasileiros ocupam o quarto lugar na lista de países que mais consomem álcool nas Américas. O Brasil só fica atrás do Equador, México e Nicarágua. Os brasileiros preferem a cerveja seguida dos destilados e do vinho.
Ainda segundo a OMS o consumo de bebida alcoólica é responsável pela morte de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo, o que equivale a 4% das mortes.
O álcool mata mais que a Aids, a tuberculose (que ultimamente está evoluindo) e a violência. “O uso prejudicial do álcool é especialmente fatal em grupos etários mais jovens e beber é o principal fator de morte no mundo entre pessoas de 15 a 19 anos”. O consumo se intensifica nos finais de semana e ocasiões especiais e segundo as pesquisas o homem supera a mulher nesse quesito.
O consumo do álcool e a embriaguês são severamente censurados pela sociedade pelo inconveniente causado pelo indivíduo viciado. A droga é considerada lícita, portanto, não existe uma política de restrição, a não ser por questões de ética, para a restrição do seu consumo.
Há uma rigorosa proibição ao tabagismo e leis apropriadas, entretanto, quanto ao álcool existe uma tolerância descabida. Nas festas populares e particulares o consumo de bebida alcoólica é utilizada por adultos e menores sem a menor restrição, ficando apenas nas advertências dos éditos, não havendo uma fiscalização efetiva para punir os infratores da lei.
Os impostos arrecadados com a venda desse produto não cobrem os custos hospitalares que se tem com as consequências produzidas pela droga. Apesar de todos os malefícios da alcoolatria a ingestão do produto é socialmente aceito e muitas vezes estimulado o seu consumo, pelos adultos, às crianças e adolescentes cuja permissividade tem se tornado um dos principais problemas das sociedades modernas, pois daí para a derrocada é um átimo de tempo.
As famílias atingidas se indignam contra os culpados. O vício abominável provoca vítimas que atingem as famílias, causando rancores e desamparos.
Um indivíduo pode tornar-se alcoolista devido a um conjunto de fatores, incluindo predisposição genética, estrutura psíquica, influências familiares e culturais. Sabe-se que homens e mulheres têm quatro vezes mais probabilidade de ter problemas com álcool se seus pais foram alcoolistas.
A história nos conta como tudo aconteceu:
Acredita-se que a bebida alcoólica teve origem na Pré-História, mais precisamente durante o período Neolítico quando houve a aparição da agricultura e a invenção da cerâmica. A partir de um processo de fermentação natural ocorrido há aproximadamente 10.000 anos o ser humano passou a consumir e a atribuir diferentes significados ao uso do álcool.
Os celtas, gregos, romanos, egípcios e babilônios registraram de alguma forma o consumo e a produção de bebidas alcoólicas.
A embriaguês de Noé:
Em uma das mais belas passagens do Antigo Testamento da Bíblia (Gênesis, 9.21) Noé, após o dilúvio, plantou vinha e fez o vinho. Fez uso da bebida a ponto de se embriagar. Reza a bíblia que Noé gritou, tirou a roupa e desmaiou. Momentos depois seu filho Cam o encontrou “tendo à mostra as suas vergonhas”. Foi a primeiro relato que se tem conhecimento de um caso de embriaguez. Michelangelo, famoso pintor renascentista (1475-1564), se inspirou nesse episódio pintar um belíssimo afresco, com esse nome, no teto da Capela Sistina, no Vaticano. Nota-se, assim, que não apenas o uso de álcool, mas também a sua embriaguez são aspectos que acompanham a humanidade desde os seus primórdios.
Quem se decidir a beber nesse CARNAVAL é bom colocar as barbas de molho.
Antonio Novais Torres
Brumado em 4/3/2011.
Deixe seu comentário