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Acusado de obstrução de justiça, o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (MDB-BA) negou, em depoimento à Justiça Federal de Brasília, nesta terça-feira (6), ter pressionado a esposa do doleiro Lúcio Funaro, Raquel Pitta.
De acordo com o baiano, as ligações eram “amigáveis” e a motivação dos contatos era “prestar solidariedade”. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), os telefonemas eram uma tentativa de silenciar o corretor e evitar que ele fizesse um acordo de delação premiada.
“Falei algumas vezes com ela, eram telefones amigáveis. Ela (Raquel) me mandava fotos da filha, mensagens, correntes de orações. [Minhas ligações] eram uma solidariedade pessoal [à prisão de Funaro]”, afirmou, ao desabafar a respeito da sua própria detenção: “Vejo amigos de longa data me lançarem no vale dos leprosos”.
O emedebista também acusou Raquel Pitta de usar as conversas de forma “orientada”, mas não sugeriu quem teria formulado o suposto plano para atingi-lo. “Me pareceu uma coisa muito orientada, muito dirigida, não achei que deveria ʹprintarʹ ou guardar provas para uma situação absolutamente surreal”, declarou.
Perguntado se foi apresentado a Funaro pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ), Geddel ironizou: “Eu creio que sim. Essa memória fantástica só vejo em elefante ou delator”, disse.
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