Vereador Cori pede renovação no processo político brasileiro

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Durante a sessão realizada na Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), na manhã dessa segunda-feira (18), o vereador Professor Cori (PT) lamentou a postura dos Deputados Federais durante o processo de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Esse debate de impeachment traz interrogações sobre o processo democrático. Não podemos afirmar quem saiu vitorioso, mas sabemos que muitos saíram derrotados. Muitos que não tiveram acesso as universidades, direito habitacional, Pronaf e diversos investimentos que trouxessem dignidade ao ser humano”, lamentou.
“O que vimos ontem foi uma falta de preparo e postura desses deputados ao lidar com um caso tão importante para o nosso país”. Cori relatou ainda, que ao observar aquele ato “vimos uma concepção onde prevaleceu o capitalismo selvagem, onde não se votava por questões ideológicas. Era em nome de meu filho, minha filha ou fulano” e disse que a maior vergonha foi ver que a Câmara é presidida por um presidente corrupto, que no último sábado foi divulgado que recebeu mais de R$ 52 milhões de propina. “Que exemplo estamos dando ao processo democrático?”, indagou.
Cori lembrou que o processo de impeachment de 1992 com o ex-presidente Fernando Collor de Melo estava muito claro para a sociedade de que o presidente tinha cometido crime de responsabilidade contra o estado, “no contexto de hoje, isso é radicalmente diferente. Juridicamente só se abre um processo de impeachment se houver indícios de que o presidente está praticando algum crime de responsabilidade contra o estado”.
“Na manifestação desse domingo, das pessoas que estavam na Avenida Paulista, 54% dos entrevistados disseram ser favoráveis ao impeachment também de Michel Temer”, explicou e disse ainda que “a avaliação é ainda pior entre os manifestantes que estiveram no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, onde foi realizado um ato contrário ao impeachment de Dilma Rousself, “79% defenderam que Temer também seja afastado e 88% entendem que o governo dele será ruim ou péssimo”.
Ele disse que “não podemos transformar um processo de impeachment em questão de vingança ou luta de classe que prevalece o capital. Nossa política tem que renascer das cinzas. O processo está falido, essa política de aliancismo onde se prevalece a preocupação de ter maioria para aprovação de projetos e contas, na base do vale tudo, e esse formato não dá mais para o Brasil, ficou claro isso ontem quando ex ministros renunciaram para votar contra o governo , pergunto, em nome de que?
Por fim, o vereador afirmou que “o que está aí, me desculpem, independente do resultado, não me representa. Uma Câmara com 513 deputados, onde 371 respondem processos, inclusive por por atos de corrupção, não deveria dar andamento a nenhum processo. Não estou discutindo o resultado da votação, mas que temos que mudar o processo da política no Brasil.