Deputada estadual do PT classificou peça como “provocação” e “acinte”, afirmando também que acionará o Ministério Público.
A polêmica que a banda baiana Abrakadabra, de Vitória da Conquista, vem formando com o hit “Tigrão Gostoso” chegou aos ouvidos da deputada estadual Luiza Maia (PT), defensora da causa feminista na Assembleia Legislativa da Bahia.
Após assistir ao clipe do grupo na internet, a parlamentar garantiu que vai “tomar providências” contra o que considerou “uma provocação, um acinte”. No clipe, um homem persegue uma mulher em um local escuro e, mais tarde, o grupo promove uma invasão ao lar da mesma, para logo após exibir uma coreografia de teor sexual. No entendimento da deputada, trata-se de mais um caso em que o imaginário da mulher-objeto é levado adiante, o que ajuda a solidificar esta imagem na sociedade.
Tais comportamentos culturais, porém, devem ser punidos segundo a petista. Fico impressionada e triste com gente que ainda faz isso. Temos dois anos de Lei Antibaixaria e ainda tem pessoas que ainda criam músicas assim. Nós vamos procurar o Ministério Público, com certeza”, avaliou. Luiza Maia argumenta que as bandas precisam se conscientizar de seu papel de formadoras de opinião e lembra que a sociedade brasileira não é feita só de adultos com opinião formada. Por conta disto, os sucessos que grupos musicais fazem influenciam o caráter de jovens e o exemplo de canções como o “Tigrão Gostoso” é o pior possível.
“A nossa intenção é pegar esse conteúdo e debater. Não tenho nada contra a banda e nem contra nenhum estilo musical. Eu tenho contra quem se apropria da imagem feminina para fazer canções de apologia a este tipo de prática. Nós vamos tomar uma providência contra isso e na próxima segunda-feira (27) vou me reunir com a minha assessoria jurídica para decidirmos que posição adotar.”
Nesta sexta, um coletivo de entidades de defesa da luta feminina, diretórios acadêmicos da universidades baianas e outras instituições redigiram em conjunto um comunicado de repúdio ao clipe da Abrakadabra. Na nota, os militantes alegam que a obra “reforça a imagem da mulher como um ser frágil e submisso, sem autonomia de vontade, sendo explícita a apologia ao estupro”.
O caso New Hit é lembrado como referencial na luta pela dignidade feminina e que chocou a sociedade pela seriedade e proporção que tomou. “Diante disto, um clipe como este representa uma afronta aos direitos das mulheres e não ficará por isso mesmo! É inadmissível que uma banda lucre a partir da naturalização da violência, da apologia ao estupro e do incentivo à transfobia!”
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