As ações para minimizar os efeitos da seca, que tem castigado dezenas de municípios do interior baiano, continuam mobilizando o Estado e voltam a ser destacadas pelo governador Jaques Wagner no programa de rádio desta terça-feira (8). “Essa é a minha prioridade e de toda a equipe do governo”. Ele cita as providências mais recentes, inclusive as medidas emergenciais adotadas para enfrentar a longa estiagem e amenizar o sofrimento da população.
O governador enfatiza ainda que essa seca é a mais rigorosa dos últimos 50 anos e fala da assinatura, na semana passada, de três convênios com o governo federal, por meio dos Ministérios da Integração Nacional e do Desenvolvimento Agrário, envolvendo recursos totais superiores a R$ 80 milhões, para obras nas diversas regiões prejudicadas pela falta de chuvas.
Segundo Wagner, somente com os convênios assinados com o Ministério da Integração Nacional estão sendo obtidos recursos da ordem de R$ 50 milhões, que serão usados em sistemas de abastecimento de água em várias localidades, a exemplo dos municípios de Manoel Vitorino, Mirante, Bom Jesus da Serra, Sento Sé, Caculé e Licínio de Almeida, onde serão construídas 12 mil cisternas e mais 360 barreiros, beneficiando 18 mil pessoas.
Mais barragens – Com o Ministério do Desenvolvimento Agrário foram assinados dois convênios, com recursos acima de R$ 30 milhões. Os valores serão aplicados na compra de máquinas e equipamentos para construção e limpeza de barragens em diversos municípios, além da compra e instalação de dessalinizadores, que irão transformar a água salobra em potável para consumo humano.
O governador informa também sobre a realização simultânea de ações emergenciais e obras estruturantes, que vêm sendo executadas pelo governo estadual nos últimos cinco anos. Ele destaca principalmente o Projeto Águas do Sertão, entregue no último sábado.
“Eu já estou trabalhando para buscar um convênio com o governo federal de mais R$ 110 milhões para fazer a segunda etapa desse mesmo projeto, que vai beneficiar mais 180 mil pessoas”, afirma Wagner. Ele se refere ainda a várias outras obras em andamento como as adutoras do São Francisco, do Feijão, do Algodão, de Pedras Altas e de Ponto Novo, além das barragens do Itaju do Colônia, para abastecer o município de Itabuna, e do Catolé, para reforçar o abastecimento de Vitória da Conquista.
“É bom registrar que o sofrimento da população seria maior ainda se nós não tivéssemos feito todos os trabalhos do Água para Todos”, enfatiza o governador. Entre as ações, ele destaca ainda perfuração de três mil poços, 2.200 sistemas de abastecimento e a instalação de vários dessalinizadores.
Acima da inflação – No programa, o governador fala também da greve dos professores da rede estadual do ensino e mostra que o governo ao longo dos cinco anos e três meses já deu um reajuste de mais de 70%, o que significa um ganho real acima da inflação entre 30% e 40%. “Este ano, já concedemos 6,5% para todos os funcionários, inclusive os professores, e em alguns segmentos esse reajuste, para a primeira faixa, foi de até 12%”.
Wagner concorda que todo mundo deseja ter uma remuneração melhor, mas enfatiza que tem de usar o dinheiro público “para pagar também ao médico, ao policial, ao funcionalismo em geral, além de fazer estradas, enfrentar a seca, construir hospitais, escolas. O orçamento tem um tamanho e nele eu tenho que encaixar todas as necessidades do Estado”. Por isso, segundo o governador, é totalmente impossível estender o reajuste de 22% a todos os professores.
“Então, o meu chamamento, a minha convocação, o meu pedido aos professores é que a gente volte à normalidade das aulas para não prejudicar as crianças e os jovens”, conclama o governador. Ele defende a manutenção do diálogo e acrescenta que não tem nenhum problema de “com transparência, mostrar a capacidade do Estado e, dentro do possível, fazer o melhor para professores, médicos, policiais, funcionários em geral”.
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