A sociedade brasileira se sente indignada com a impunidade, a corrupção generalizada e, sobretudo a insegurança gerada pela violência do dia-a-dia, que a atormenta o cidadão.


BANDIDAGEM E FALCATRUAS

 

Nunca houve tanta bandidagem, tanta rapinagem, tanto latrocínio e quejandos, quanto nos tempos atuais. Parece que há um complô dos malandros que se voltam contra a sociedade arrostando as autoridades com escárnio e indiferença, movidos ou incentivados pela impunidade.

Sentem-se à vontade para praticar todo o tipo de crime e parece não haver investigação e punição aos malfeitores desde os famélicos, que roubam para se alimentar, aos crimes de colarinho branco. A impunidade tem campeado deixando os pilantras certos de que não serão punidos. Há uma corrupção generalizada, em todos os setores, que deixam perplexos os crédulos na justiça, na honestidade, nos valores do bem.

Analisemos a frase do eminente jurista baiano Rui Barbosa, que está atual: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

A vida de pessoas de bem, nas mãos dos endiabrados criminosos drogados, dos profissionais da marginalidade, dos bandidos violentos e cruéis não têm nenhum valor: praticam o latrocínio. Agridem, ameaçam e por qualquer reação ou entendimento matam e ainda escarnecem das vítimas quando são capturados.

O Banco do Brasil S/A foi assaltado nesta sexta-feira (09) por três bandidos que roubaram malotes com dinheiro, numa ação espetacular digna de um filme policial.

O ex-deputado federal Geddel Vieira Lima e vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal postou em seu Twitter a seguinte afirmação: “A cidade se transformou em território de bandidos e nenhuma esfera do poder toma iniciativa, a fim de contornar a situação”. “Brumado não faz nada?” e cobrou mais ações do Governo Estadual, para combater a criminalidade que vem aterrorizando o interior baiano. (Site: Achei Brumado)

Esse roubo chamou a atenção por ser o Banco do Brasil uma entidade de grande visibilidade e pelo valor roubado. Contudo há de se afirmar que vários bancos de diversas cidades têm sido alvo dos bandidos na modalidade de detonação dos caixas eletrônicos. Inúmeros outros crimes são praticados e os meliantes, organizados em quadrilhas, cada uma com a sua especialização, têm-se mostrado altamente equipadas e armadas sobrepujando a repressão que fica sem ação, diante de tanta disposição e método de fuga dos facínoras.

Não há de se transferir nem de acusar pela negligência, pois as vítimas são tomadas de assalto e surpreendidas por organizações de criminosos que estudam, a priori, o modus operandi com atuação bem concatenada para o êxito das suas ações. Há, contudo de se investigar, acionando todos os meios necessários à repressão com a participação das polícias, do Ministério Público, dos órgãos de inteligências com o objetivo de colocar os bandidos na cadeia e puni-los.

As cenas protagonizadas em Amargosa/BA por uma quadrilha, simultaneamente, contra o Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal denotaram a baderna como a dos cangaceiros no seu tempo. O cangaço está de volta ao interior da Bahia?

A sociedade ficará mais tranquila se houver uma reação policial que lhe dê o suporte necessário para viver em paz, sem medo, sem os constrangimentos das ações dos delinquentes. Há de se cobrar ações governamentais que envolvam todos os órgãos repressores para essa finalidade. Não apenas cobrar, mas exigir o cumprimento do dever constitucional de proporcionar o direito de ir e vir com segurança, pois a segurança é um requisito do indivíduo, constante dos direitos Sociais da Carta Magna.

Há clamor da sociedade para que as autoridades ajam urgentemente com rigor para conter a audácia diabólica dos fora da lei que têm incomodado os cidadãos de bem com atitudes criminosas e, se assim não o fizerem, o povo vai ficar refém de elementos inescrupulosos, que intuem que o crime compensa, porquanto não estão sentindo uma reação para frustrar as suas manifestações agressivas.

A confiança em suas instituições eleva a autoestima do povo e preenche as expectativas do viver em paz e tranquilidade sem ser incomodado e/ou prejudicado pelas atrocidades da vagabundagem mefistofélica e dos corruptos que lesam a Nação e o patrimônio público.

Art. 144 da Constituição: A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio através dos órgãos: Polícia Federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária federal; policiais civis; policiais militares e corpo de bombeiros militares.

A sabedoria popular nos ensina que enquanto houver vida, a esperança é a última que morre. Confiemos nas autoridades e que ela dê a resposta esperada pela sociedade.

 

Antonio Novais Torres

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Brumado em 09 de março de 2012.