Em meio a críticas, mais de 750 juízes assinam nota em apoio a Sérgio Moro

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Sérgio Moro se tornou alvo de críticas e de ações judiciais após divulgar grampos do ex-presidente Lula /GNews (Foto: Reprodução GloboNews)

Um grupo crescente de magistrados, que já alcança 752 juízes estaduais e federais, subscreve uma nota em apoio ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato na primeira instância. Desde a semana passada, quando retirou o sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em conversas com diversas autoridades, incluindo a presidente Dilma Rousseff, Moro tem sido alvo de críticas de juristas e ações na Justiça. No texto, os colegas manifestam “irrestrito apoio” às decisões de Moro no caso e destacam que atuação “firme, comprometida e alinhada à Constituição” reflete o “ideal” de um Judiciário “independente e autônomo”, que, segundo eles, “não se curva a condutas ilícitas e anti-republicanas”. O manifesto começou a circular em redes sociais na semana passada com 471 nomes, mas ganhou maior adesão na tarde desta segunda-feira (21).

A iniciativa partiu do juiz federal Clécio Alves de Araújo, do Maranhão. Nesta terça, ao acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a divulgação dos áudios, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, afirmou que Moro colocou em risco a soberania nacional. Veja abaixo a íntegra da nota com a lista de subscritores:

NOTA DE APOIO AO JUIZ FEDERAL SÉRGIO MORO

Os Juízes brasileiros signatários da presente nota, diante dos recentes desdobramentos da Operação Lava-Jato, em especial os relatos de diálogos entre a Presidente da República, Senhora Dilma Rousseff, e o Ex-Presidente Lula, vêm a público externar o irrestrito apoio às decisões que foram proferidas, em Curitiba, pelo Juiz Federal Sérgio Moro. Ao atuar de maneira firme, comprometida e alinhada à Constituição Federal, Sérgio Moro reflete o ideal de um Poder Judiciário independente e autônomo, que não se curva a condutas ilícitas e anti-republicanas.  A banalização da corrupção e a cultura da impunidade devem ser página virada em nosso País. Sigamos vigilantes e firmes!