Selvageria, barbárie e tragédia: uma briga generalizada num estádio de futebol do Egito deixou mais de 70 mortos e mil feridos na quarta-feira (1º). A polícia agora investiga o que motivou tanta confusão. Dezenas de pessoas estão presas. O caso está nas manchetes do mundo. Tudo isso acontece em um país já desestabilizado politicamente. O esporte mundial está indignado.
Nesta quinta-feira (2), o chefe da Junta Militar que governa o Egito, general Mohamed Tantawi, prometeu investigar e punir os responsáveis por essa violência, que está sendo considerada o pior massacre da história do futebol no país, já muito marcado por brigas em estádios. O governo egípcio decretou luto oficial de três dias.
O general Mohamed Tantawi recebeu na manhã de quinta-feira (2) alguns dos jogadores que estavam no estádio na quarta (1º). Os atletas estavam muito abatidos. A partida era entre o Al Ahly e Al Masry, dois dos principais times do Egito. Eles disputavam o campeonato nacional em Port Said, a 200 quilômetros da capital Cairo.
Assim que o juiz apitou o fim do jogo, torcedores do Al Masry, time da casa, invadiram o campo, bateram nos jogadores do Al Ahly e correram em direção à torcida adversária. O estádio virou um campo de batalha. O campo foi tomado por policiais, jogadores e torcedores.
A briga era generalizada.
O empresário egípcio que trabalha no Brasil, Mohamed Darwich, estava no estádio, na torcida do Al Masry. A irmã dele é jornalista e estava no campo tirando fotos. Por telefone, Mohamed contou o que viu e como salvou a irmã.
“Hoje a vi a morte com meus olhos. Eu vi a morte com meus olhos. E não foi só isso. Foi também quebra-pau fora do campo. Eu peguei minha irmã, minha irmã que estava no campo. Eu peguei no braço dela e saí correndo como se fosse que eu estava fugindo de um inimigo”, disse Mohamed Darwich.
Hospitais em toda a zona do canal de Suez estão de prontidão. Dezenas de ambulâncias foram enviadas das cidades de Ismailia e Suez para Port Said. A tragédia provocou comoção no país.
Nesta quinta (2), centenas de pessoas lotaram os hospitais para doar sangue. Há cerca de mil feridos. No Cairo, milhares de pessoas correram para as estações de trem para saudar a chegada dos torcedores que sobreviveram ao massacre. Muitos estão ferid
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