O brasileiro está mais alto e mais gordo, mostra pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde. O governo afirma, no entanto, que o dado não significa que as pessoas estejam se alimentando de forma correta e saudável. A pesquisa revela uma mudança no perfil nutricional do brasileiro, que passou de um estado de desnutrição para o de sobrepeso.
Mortes de bebês por diarreia caem 93% em 25 anos
Pesquisa aponta aumento do risco de obesidade infantil
De acordo com o estudo, as mulheres ganharam 3,3 cm em 14 anos –passaram de 1,55 m, em 1989, para 1,58 m, em 2003m, em média. Os homens ficaram 1,9 cm mais altos, passando, em média, de 1,68 m para 1,70.
O ministério afirma que o risco de obesidade é maior entre garotos com idade entre 10 e 19 anos. Nos últimos 29 anos, o grupo apresentou um aumento de 82,2% no IMC (Índice de Massa Corporal) –uma relação entre o peso e a altura.
Entre as meninas nessa mesma faixa etária, o aumento do IMC também foi elevado e chegou a 70,3%. O ministério garante, entretanto, que elas apresentam índices próximos do padrão de referência.
O estudo aponta diferenças entre os dois sexos também na idade adulta. Enquanto o risco de obesidade para homens tem aumentado constantemente nos últimos 29 anos, as mulheres mantêm o índice desde 1994.
Crianças
Os dados indicam que o acesso à alimentação tem contribuído para o aumento da estatura de crianças com menos de 5 anos de idade. Entre 1974 e 2007, o índice de deficit de altura –principal indicador da desnutrição– caiu 75%.
O estudo “Saúde Brasil 2008” mostra ainda que as crianças brasileiras estão cada vez mais próximas do padrão internacional mantido pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Para avaliar a estatura da população de até 5 anos, a OMS adota uma escala que vai de menos 2 a 2, em que zero é considerado o padrão ideal. A média das meninas brasileiras é de menos 0,22 e a dos meninos, de menos 0,35.
Desnutrição 19/11/2009 – 16h12
A pesquisa constatou que a desnutrição infantil caiu quase sete pontos percentuais em dez anos. Segundo o estudo, a desnutrição atingia, em 1996, 13,4% das crianças com menos de cinco anos, índice que caiu para 6,7% em 2006.
A pesquisa também revela que houve redução da mortalidade infantil entre 1980 e 2005, já que o número absoluto caiu de 180.048 para 51.544 –queda de 71%. A diarreia, que era a segunda causa de mortalidade há 29 anos, passou para a quarta posição em 2005 (veja tabela).
Principais grupos de causas de mortalidade infantil (1980-2005) |
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Grupos de causas | 1980 | 1985 | 1990 | 1995 | 2000 | 2005 |
Doença diarreica aguda | 32.704 | 17.525 | 10.824 | 6.901 | 3.004 | 1.988 |
Doenças imunizáveis | 2.917 | 1.227 | 639 | 279 | 137 | 80 |
Desnutrição e anemia | 8.405 | 6.270 | 3.228 | 2.229 | 1.432 | 909 |
Infecção respiratória aguda | 18.852 | 12.681 | 9.235 | 6.875 | 3.310 | 2.357 |
Afecções perinatais | 51.030 | 46.030 | 38.088 | 37.856 | 36.566 | 29.690 |
Malformações congênitas | 7.191 | 7.086 | 6.424 | 7.300 | 7.798 | 7.830 |
Demais causas | 13.755 | 10.490 | 9.073 | 8.942 | 7.564 | 5.947 |
Causas mal definidas | 45.194 | 29.398 | 18.427 | 11.194 | 8.388 | 2.743 |
Todas | 180.048 | 130.707 | 95.938 | 81.576 | 68.199 | 51.544 |
Fonte: Saúde Brasil 2008 |
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