O general Marco Edson Gonçalves Dias, da 6a Região Militar, foi afastado do comando da operação militar montada para debelar a greve-motim da PM da Bahia. Foi substituído por determinação do comandante do Exército, general Enzo Martins Peri.
A tropa deslocada para a Bahia está agora sob ordens de outro general: Odilson Sampaio Benzi, comandante militar do Nordeste. Deve-se a troca a uma cena protagonizada por Gonçalves Dias na última terça (8).
Deu-se defronte da Assembléia Legislativa baiana, ocupada por grevistas, alguns deles com ordem de prisão decretada pela Justiça. Dirigindo-se a um grupo de PMs, Gonçalves Dias disse coisas assim: “…Não vai ter combate, não vai ter invasão, não vai ter nada.”
O general fazia aniversário. Diante das câmeras, permitiu-se receber um bolo dos grevistas. Abraçou-se com um deles. Emocionado, chorou. As imagens atearam nos superiores do general dúvidas quanto à sua capacidade de comando. E quando se começa a duvidar da autoridade de um general é porque já não há a menor dúvida.
Sob Lula, Gonçalves Dias chefiou a equipe que fazia a segurança do presidente da República. Algo que não impediu Dilma Rousseff de associar-se à onda de irritação que confraternização da Bahia produziu em Brasília.
Vivo, o poeta Gonçalves Dias talvez recomendasse ao general Gonçalves Dias a leitura de um de seus poemas. Diz o seguinte:
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar!
Exército muda comando das forças de segurança na Bahia
A imagem que foi destaque na imprensa nacional, do general Marco Edson Gonçalves Dias, da 6ª Região Militar, abraçado a um PM amotinado na Assembleia Legislativa (AL-BA), após ganhar um bolo de aniversário, na última terça-feira,07, rendeu problemas para o oficial. Ele foi afastado, nesta quarta,08, do comando das operações no local.
O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, determinou ao comandante militar do Nordeste, general Odilson Sampaio Benzi, que seguisse para Salvador e assumisse o comando da tropa local nesta quarta-feira mesmo. Segundo fontes internas do governo federal, a postura de Gonçalves Dias, que foi chefe da segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desagradou não só ao Exército, como ao Palácio do Planalto.
A presidente Dilma Rousseff, durante o dia, não teria escondido a desaprovação do episódio e teria comentado que considerou “inaceitável” a postura do general, que apagou velinhas, passando a ideia de que estava confraternizando com os manifestantes que tomam o prédio público há mais de uma semana. Nos bastidores, circulou a informação de que o governador Jaques Wagner não teria ficado nada satisfeito com a repercussão negativa da atitude do general responsável por controlar a situação na Assembleia.
Ministério – O governador baiano teria reclamado da atitude e conversou com o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, que teria reconhecido que o general enfraqueceu as negociações, que acabaram se arrastando por mais tempo, quando se esperava que elas fossem concluídas, no máximo, até a terça-feira.
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