Franco Adailton
Adriano Abreu / Tribuna do Norte
Cabo Jeoás foi preso ao se apresentar ao Comando da PM de Natal – RN
Apontadas como participantes do motim liderado pela Associação de Praças, Bombeiros e de seus Familiares (Aspra), que resultou em 12 dias de greve na Polícia Militar baiana, dez pessoas, entre eles o cabo PM do Rio Grande do Norte Jeoás Nascimento, foram presas, entre a segunda-feira passada e a manhã desta terça, 14. Com as prisões, sobe para 15 o número de detidos, a exemplo do dirigente da Aspra, o ex-PM Marco Prisco, que se encontra isolado, em uma cela da Cadeia Pública, no Complexo Penitenciário da Mata Escura.
De acordo com o capitão Marcelo Pitta, do Departamento de Comunicação da PM, na Bahia nove soldados tiveram cumpridos mandados de prisão, expedidos pelo magistrado da Auditoria da Justiça Militar, juiz Carlos Alberto Santos de Oliveira.
Em Ilhéus (a 433 km da capital), foram presos Fábio Alves de Oliveira, Flávio Rogério de Souza, Fábio Dourado, Jaílson Eça Brito, Robson Francisco Santana e Valquer Cerqueira, informou Pitta. Em Feira de Santana (a 108 km de Salvador), Alexandre Gabriel Carvalho e a soldado Aretuza Pereira dos Santos estão detidos, além de Gilvan Souza Santana, lotado em Jequié (a 358 km da capital).
Os nove presos estão à disposição da Justiça, na Coordenadoria de Custódia Provisória da PM, em Lauro de Freitas (Grande Salvador).
Segundo o capitão, a decisão da auditoria considerou o descumprimento dos PMs ao Artigo 149, do Código Penal Militar, que trata dos crimes militares em tempos de paz e dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar.
São alguns deles “reunirem-se militares ou assemelhados: agindo contra a ordem recebida de superior ou negando-se a cumpri-la; recusando à obediência superior; assentindo em recusa conjunta; ocupando quartel, fortaleza ou estabelecimento militar”. Dentre as penalidades, o artigo prevê reclusão de quatro a oito anos, “com aumento de um terço para os cabeças”. Ainda, se os agentes estavam armados, a pena de reclusão varia de oito a 20 anos de prisão, aumentada de um terço para os chefes.
Natal – Foragido desde o último dia 7, o vice-presidente da Associação Nacional de Praças (Anaspra), cabo Jeoás Nascimento, foi preso, na manhã de ontem, ao apresentar-se ao comando geral da PM, em Natal, no Rio Grande do Norte. Jeoás figura na lista da Justiça baiana como um dos 12 chefes do motim.
Segundo o presidente da Anaspra, subtenente Pedro Queiroz, da PM cearense, Jeoás está detido no Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) potiguar, em uma manobra para evitar responder por deserção, após oito dias ausente. “Pela ausência, ele vai ficar 70 dias preso”, informou o presidente da Anaspra. Segundo Queiroz, a entidade vai ingressar com um pedido de habeas corpus. Presidente da Aspra-RN, Eduardo Canuto se disse surpreso. “Ele esteve na Bahia para intermediar as negociações, não para incentivar a greve”, argumentou.
Soldado e sargento – O Ministério Público da Bahia (MP-BA) aguarda a Corregedoria da Polícia Militar enviar os inquéritos do soldado da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental da Polícia Militar (Coppa) Alvin dos Santos Silva e do sargento Elias Alves para a vara da Auditoria Militar Estadual.
De acordo com a assessoria de comunicação do MP-BA, só com a chegada dos documentos, e o sorteio do promotor que irá analisar o caso, o órgão irá denunciar ou não os dois militares. Alvin e Elias são acusados pela Justiça Federal de fazer parte do motim dos policiais militares, que invadiram a Assembleia Legislativa no último dia 31. Eles seguem detidos na Polícia do Exército, no Imbuí.
*Colaborou Wagner Ferreira
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