NOTA DE ESCLARECIMENTO – Secretaria do Planejamento da Bahia (Seplan) – Projeto da ponte Salvador – Ilha de Itaparica – Ba

 

0

Com o objetivo de evitar a disseminação de informações incorretas sobre o projeto da ponte Salvador – Ilha de Itaparica, que integra o plano de desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador (RMS), Recôncavo e eixo litorâneo sul, a Secretaria do Planejamento da Bahia (Seplan) contesta as declarações do arquiteto Paulo Ormindo publicadas no Jornal Tribuna da Bahia, desta quinta-feira (06), na matéria intitulada “Arquiteto diz que estrada e ferrovia podem substituir ponte para Itaparica”.

 

1) (…) É um valor exorbitante, que provavelmente ficará maior. A ponte vai criar uma dependência da Região metropolitana e cidades vizinhas ao centro de Salvador maior do que já é, criando um pesado tráfego para cruzar Salvador para chegar ao centro e ao Porto.

 

(…) A Ponte Salvador-Itaparica, de R$ 7 bilhões, terá 12 quilômetros e 70 metros de altura em seu vão central. O projeto inicial falava de R$ 3,5 bilhões. Pelo menos R$ 40 milhões foram gastos apenas para o projeto da obra.

 

Como se trata de um projeto que gera muita especulação, o arquiteto Paulo Ormindo equivoca-se ao apontar valores para a construção de uma ponte ao invés de abordá-los como um plano de desenvolvimento socioeconômico regional, que também demandará investimentos de infraestrutura, a exemplo de rodovias, saneamento, energia, além da ponte.

 

Por outro lado, desconhecemos as fontes dos valores indicados (R$ 3,5 bilhões). Desde o estudos preliminares, em 2011, a estimativa de investimentos é de R$ 7 bilhões para todo o plano de desenvolvimento, o que significa que não houve majoração em 100%. Um dos objetos de trabalho da consultoria Mckinsey& Company é auxiliar o Governo do Estado a elaborar um modelo econômico que otimize o investimento de recursos públicos e reduza o custo total do projeto.

 

A realização do projeto deverá contemplar o aporte de recursos federais e estaduais, além de investimento privado. A modelagem econômica indicará a equação financeira adequada, levando em consideração a cobrança de pedágio e aproveitamento de parte dos ganhos imobiliários com a valorização que virá desse empreendimento. Teremos valores mais precisos e detalhados após a conclusão do projeto básico de engenharia, que está em processo de licitação.

 

Diferente do que expõe o arquiteto Paulo Ormindo em relação ao tráfego pesado na capital, o Governo do Estado tem trabalhado em conjunto com a prefeitura de Salvador no sentido de que haja a melhor solução para o tráfego de veículos leves, pois, necessariamente, o fluxo de veículos pesados já estará segregado dentro da Via Expressa. Deste modo, não haverá transtornos para o trânsito da capital, visto que esta via liga o porto de Salvador com a BR-324.

 

No que se refere ao investimento em estudos técnicos e na contratação de consultores, as melhores práticas na elaboração de projetos apontam que a fase de planejamento é fundamental. Além disso, todos os custos serão integralmente reembolsados ao Estado pelo vencedor da licitação do projeto, que será realizado no primeiro trimestre de 2014.

 

2) (…) o projeto do governo apresenta inúmeras incongruências: está na rota dos quatro portos do entorno da Baía de Todos os Santos e prevê horários de abertura da ponte para a passagem de navios, paralisando o fluxo de veículos em cima dela. É um meio que não tem outra saída. Quando a ponte fechar para a passagem de plataformas ou navios, como previsto no projeto, vai engarrafar e as pessoas não terão por onde sair.

 

A Secretaria do Planejamento da Bahia (Seplan) esclarece que os estudos preliminares apontam que 99,9% dos navios de carga e passageiros passam pelo vão central. Estima-se que a largura esteja entre 600 e 750 metros e de altura tenha 70 metros, o equivalente a um edifício de 20 andares. Não haveria problemas de navegação, por exemplo, para uma das maiores embarcações do mundo, como o porta-aviões da série Nimitz, com aproximadamente 63 metros de altura e 77 metros de largura.

 

Por outro lado, ainda está em estudo a possibilidade da ponte Salvador-Ilha de Itaparica ter um trecho móvel. Caso esta seja a melhor solução, a passagem eventual de plataformas e sondas de perfuração que excedam os 70 metros de altura, serão em horários de menor fluxo (madrugada) e certamente não excederá duas vezes ao ano. Além disso, similar as medidas de segurança implantadas em todas as pontes móveis do mundo, não será permitido que haja veículos na ponte.