Apesar de a direção do Partido Socialista Cristão (PSC) confirmar de forma enfática sua adesão à chapa do pré-candidato ao Palácio de Ondina, Geddel Vieira Lima (PMDB), cresce a pressão dentro da legenda para que seja fechada uma aliança com o governador Jaques Wagner (PT). Nos bastidores da política, são fortes os indícios de que alguns membros do partido estariam em negociação direta com a cúpula do PT.
Os rumores surgiram após o polêmico rompimento da primeira-dama Maria Luíza Carneiro com Geddel. Segundo fontes ligadas ao PSC, a queixa de integrantes da sigla se dá pela exclusão no processo de negociação entre o PMDB e o PR, concentrada entre os dirigentes peemedebistas. Além disso, candidatos do PSC às vagas na Assembleia e na Câmara Federal temem prejuízos na coligação proporcional com o PMDB, PR, PTB, PTdoB.
Dirigentes do PT não negam o diálogo com o Partido Socialista Cristão. “Os insatisfeitos têm nos procurado. Inclusive, já temos compromissos marcados com essas pessoas”, confirmou o presidente do PT baiano, Jonas Paulo, sem informar quem são os membros “descontentes” da legenda aliada ao pré-candidato Geddel.
De acordo com Jonas, que não perdeu a oportunidade de alfinetar o PMDB, as portas do partido estão abertas para quem quiser entrar.
“As insatisfações se dão nos processos que são decididos de forma autoritária. Não usamos prática antiética e detestamos a imposição e o mandonismo. Estamos de coração aberto para quem quiser compartilhar conosco um novo momento de liberdade e de diálogo na Bahia”, frisou.
O deputado estadual J. Carlos (PT) também aposta nessa possibilidade. “Com a ida do PR, criou-se uma dificuldade para se eleger os deputados deles, por isso, deve haver uma conversa conosco”, disse, citando que os deputados Ângela Souza e Carlos Ubaldino, ambos do PSC que já dão apoio à bancada do governo na Assembleia. Em declaração à imprensa local, o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano (PT), também confirmou que houve conversas com dirigentes do PSC, que estariam preocupados com a entrada do PR na coligação.
Eliel descarta movimento
No entanto, a direção do PSC descarta essa chance. “O nosso partido já tem uma opção confirmada desde 03 de setembro do ano passado. Nossa parceria é com o PMDB e vamos apoiar o ex-ministro Geddel”, ressalta o presidente da sigla na Bahia, Eliel Santana. Segundo ele, a coligação na proporcional não deve atrapalhar a eleição dos candidatos. “Se concluirmos que vai prejudicar, podemos até sair sozinhos, pois coligação só é bom quando é para os dois, mas nossa aliança é com o PMDB”, reiterou.
O dirigente endurece o discurso ao dizer que as questões do partido são decididas em plano coletivo: “Os deputados não estão autorizados a discutirem sobre isso. Tudo é decidido junto à diretoria”, frisou, julgando ser inviável qualquer conversa, sem o conhecimento da direção da legenda. Reiterando a posição de Eliel, o presidente da legenda em Salvador, Osnir Bonfim, rejeitou a chance de aliança com o PT. “Fomos parceiros, mas cansamos do tratamento que recebemos. Nesse momento estamos trabalhando para fazermos Geddel governador”, destacou.
Lílian machado
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