O primeiro programa da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, por exemplo, investiu na aparição de uma mulher humanizada, preocupada com os mais pobres, sem esconder o tom emocional.
Pode-se dizer que a valorização da classe feminina foi o grande trunfo utilizado pelo marqueteiro baiano João Santana, que não poupou amostras de que, se eleita, Dilma vai priorizá-las. Para isso, ele utilizou dois depoimentos de amigas suas e a sua vida pessoal como mãe.
A relação da petista com Lula também foi fator preponderante. O presidente, que concentra grande poder de voto entre os mais carentes, embora não tenha sido o protagonista do programa, apareceu, deixando claro sua intenção em passar a faixa para Dilma.
Sem deixar a importância das mulheres de lado, declarou que: “Eu fico muito feliz que eu posso entregar a faixa presidencial para uma companheira do meu partido, uma companheira mulher, é uma coisa muito gratificante”.
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, abriu o horário priorizando sua origem humilde e sua difícil trajetória política. Foram citadas ainda as realizações de Serra à frente do Ministério da Saúde e, consequetemente, suas ações durante este período.
O jingle utilizado foi outro exemplo da tentativa de aproximá-lo das classes mais populares, chamando-o de Zé e citando inclusive Lula. “Quando o Lula da Silva sair, é o Zé que eu quero lá”, diziam sambistas com o candidato em um cenário simulando uma favela.
Já a candidata do PV, Marina Silva, preferiu permanecer no discurso em favor do meio ambiente, principal bandeira da sua campanha. Ela apareceu somente no final do vídeo, se apresentando brevemente ao telespectador.
A propaganda dela começou com imagens da destruição ecológica e desmatamento, enquanto a voz da candidata falava sobre os efeitos da destruição do meio ambiente na vida na Terra. Plínio de Arruda Sampaio, candidato pelo PSOL, em seu curtíssimo tempo, também optou por mostrar a sua biografia e trajetória política, apresentando-o como defensor da Reforma Agrária.
Associação com a campanha nacional
Do mesmo modo, sem surpresas, os candidatos que almejam uma vaga na Câmara Federal priorizaram a associação de suas imagens aos candidatos ao governo estadual e federal, sobretudo, ao presidente Lula. Contudo, já no primeiro momento não faltaram ataques e até mesmo direito de tréplica. Os dois candidatos que formam o palanque duplo da candidata do PT à Presidência no estado, Dilma Rousseff, não perderam a chance de mostrar suas caras nos programas dos seus correligionários.
Geddel Vieira Lima (PMDB) pediu que prestassem atenção às propostas dos candidatos à Câmara; Jaques Wagner (PT), que votassem no “time de Lula”. O petista ressaltou ainda a necessidade de votar em candidatos que apoiem tos governos estadual e federal.
Enquanto os candidatos coligados a Geddel falavam, uma foto do candidato com Lula aparecia ao fundo. Já entre as falas dos aliados ao petista, havia a defesa das realizações da atual gestão.
No programa dos candidatos do PMDB, destacaram-se Colbert Martins, criticando os gastos estaduais em publicidade, e Lúcio Vieira Lima, utilizando o mesmo jingle utilizado por seu irmão, Geddel, em campanhas passadas a uma vaga na Câmara Federal.
No âmbito tucano não foi diferente. Ficou claro que João Almeida foi o candidato que mais bateu no governo Wagner, criticando o crescimento da violência no estado.
A novidade ficou por conta, entretanto, da imediata resposta da peça televisiva petista exibida pela tarde que afirmava “apressado come cru e malfeito”, numa clara referência ao slogan peemedebista “A Bahia Tem Pressa”. No rebate, a coligação “A Bahia tem pressa” não deixou por menos e foi às filas instigar a população que aguardava atendimento.
E a pergunta não pderia ser outra: “O PT exibiu na sua propaganda eleitoral que apressado come cru. Você concorda com a afirmação?”, indagava o repórter. E quem não escondia a insatisfação em esperar, rebatia: “Não concordo. Eles estão enganados”
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