por Jade Coelho
Apesar do movimento de negociação do governo com senadores para a votação da indicação de Eduardo Bolsonaro (PSL) ao cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, aparentemente na Bahia não haverá rendição. Os três senadores do estado não consideram o nome do filho do presidente da República Jair Bolsonaro apropriado para a função.
Considerando a atitude do presidente “perigosa”, a teoria de Otto Alencar (PSD) é de que Jair Bolsonaro sofre da “síndrome do Planalto”. “Parece que o Planalto inebria os presidentes a fazerem coisas desnecessárias”, enfatizou o senador ao citar outra figura acometida pela tal síndrome, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Otto ainda listou os “sintomas” da doença: “vaidade, orgulho, querer achar que pode tudo, e na vida nem sempre se pode”, elencou.
Ainda na análise de Otto, Bolsonaro estaria apostando muitas fichas para transformar o filho em embaixador, muito porque a votação da indicação de Eduardo na Casa será simples, ou seja, apenas 41 dos 81 senadores precisam estar presentes no plenário e com maioria simples a indicação seria aprovado. Isso quer dizer que com 41 senadores presentes e 26 votando favoravelmente, a indicação seria aprovada.
Ao salientar que não conhece o deputado federal Eduardo Bolsonaro pessoalmente, Angelo Coronel (PSD) o considera despreparado para exercer o cargo de embaixador. O baiano destaca que a única chance de fazê-lo mudar de opinião seria se o próprio Eduardo mostrasse um currículo “muito embasado” e provasse que tem a capacidade. “Pelo perfil, quem vai perder é o Brasil”, lamentou Coronel.
Em tom pacifista, Jaques Wagner (PT) destacou que não tem nenhum problema pessoal com o deputado federal, mas considera que o posto requer “uma caminhada maior na diplomacia”. “Ele acabou de completar a condição mínima, que é a idade, mas não tem nenhuma trajetória na diplomacia”, analisou o petista.
Nesta terça-feira (20) o presidente Jair Bolsonaro afirmou a jornalistas que não pretende submeter o filho a um fracasso (veja aqui). Na ocasião, o mandatário brasileiro reconheceu que há a chance de um recuo caso o cenário no Senado se mostre desfavorável a uma aprovação.
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