O esforço com que bolsonaristas se empenham para tentar, contra todas as recomendações, levar a cabo manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal neste domingo em todo o país em meio a uma pandemia do coronavírus que desaconselha aglomerações apenas demonstra seu individualismo, voluntarismo e irracionalidade.
A manutenção impertinente de uma agenda política que se tornou anacrônica pela eclosão de uma crise de saúde, que ameaça os brasileiros com seu sistema público de atendimento precário e um governo que demora a tomar medidas drásticas para evitar que se aprofunde, embora não sirva ao país, é, entretanto, bastante reveladora.
Evidencia como esta gente que segue Bolsonaro, à sua imagem e semelhança, não tem preparo nem muito menos inteligência para pautar os destinos do país, cuja carência de um verdadeiro líder num momento crítico como o atual está à vista de todos, mesmo dos que, por pura cegueira, se negam a admitir.
Na conta do próprio presidente pode ser colocada, em parte, a responsabilidade por esta mobilização perversa, que ameaça a ajudar na disseminação de um vírus que, só na Bahia, já infectou oito pessoas, segundo dados oficiais que, como se sabe, podem estar longe de retratar a realidade num Estado de fronteiras abertas.
A situação de países como a Itália e a própria China, que depois de uma esforço fenomenal consegue agora, à custa de muitas vidas, exercer algum controle sobre a doença, os quais deixaram o problema se instalar para só então adotar providências, definitivamente não pode se repetir no Brasil.
É exatamente esta a lição que precisa ser aprendida por todos, ajudando o país a adotar uma postura construtiva, em que se coloquem os interesses da coletividade acima dos pessoais. Mesmo porque dizer que Bolsonaro é melhor do que o Congresso ou do que os membros do STF é, mais do que uma redonda ilusão, uma grande balela.
Ninguém que viveu 30 anos mamando nas tetas do Estado, montado numa pauta corporativista, colocou seus filhos e quase uma ex-mulher para fazer o mesmo, tem sua família acusada de envolvimento com rachadinhas e de ligação com milicianos pode se colocar acima de deputados, senadores e ministros para atacar as demais instituições.
O ideal perverso dos bolsonaristas que insistem em realizar protestos neste momento arriscado precisa ser combatido por quem pensa em si, nos outros e no país.
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