Arqueologia
Cientistas utilizam tecnologia forense e imagens tridimensionais para recriar um modelo realista da mais famosa múmia natural
Especialistas recriaram as feições da múmia natural mais famosa do mundo: Oetzi, “o homem de gelo”. Utilizando imagens tridimensionais e tecnologia forense —a mesma utilizada em investigações policiais para reconstituir os detalhes de um crime —, dois artistas holandeses, os irmãos Alfons e Adrie Kennis, construíram um modelo das feições do homem pré-histórico. O cadáver de 5.300 anos foi encontrado congelado, em 1991, por turistas alemães que caminhavam pelo Vale Oetzi, na fronteira entre Itália e Áustria. Por seu bom estado de conservação, é considerado uma múmia natural.
AFP
A múmia de 5.300 anos foi conservada naturalmente por causa do gelo
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Oetzi media 1,60 metro
Arqueólogos acreditam que Oetzi, que carregava um arco, flechas e um machado de cobre, pode ter sido um caçador ou um guerreiro morto por causa de uma rixa entre tribos rivais. O homem pré-histórico media 1,60 metro, tinha artrite e estava infestado de parasitas no intestino. Ele também possuía tatuagens nos joelhos e canelas. A única característica que os especialistas não conseguiram inferir foi a cor dos olhos. Na dúvida, decidiram-se pelo marrom.
O modelo está sendo exibido no Museu de Arqueologia de Tirol do Sul, na Itália, junto com os restos da múmia. Seu achado é importante para o entendimento da vida pré-histórica: o que os humanos comiam, vestiam e o que faziam. Os pesquisadores acreditam que tinha 46 anos quando foi violentamente morto.
Os restos mortais do homem de gelo mostram que ele foi alvejado por uma flecha e possivelmente morto com um golpe de clava no rosto. Os pesquisadores acreditam que o ferimento provocado pela flecha, abaixo da clavícula, causou grande perda de sangue. Sua última refeição teria sido carne de íbex — um caprino selvagem que vive na Europa — e veado.
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