A medida abrange desde a educação infantil até o ensino médio
O governo brasileiro sancionou recentemente uma lei que proíbe o uso de celulares nas escolas por alunos da educação básica em todo o Brasil. A medida, válida para instituições públicas e privadas, abrange a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.
De acordo com a legislação, o uso de celulares está proibido durante aulas, intervalos e atividades extracurriculares, exceto nas seguintes situações: fins pedagógicos ou didáticos, com autorização do professor; necessidades de acessibilidade; e situações de saúde ou emergências.
Para entender os impactos do uso excessivo de celulares pelas crianças, Natália Ferraz, psicóloga clínica e educacional e especialista em terapia cognitivo comportamental, comenta que o uso desmedido desses dispositivos pode comprometer não apenas o aprendizado, mas também aspectos emocionais e sociais: “A exposição prolongada às telas prejudica habilidades importantes, como a concentração e a capacidade de resolver problemas. Além disso, o uso excessivo interfere nas interações sociais, tão fundamentais nessa fase da vida. As crianças aprendem muito com o convívio, e o celular, quando usado de forma inadequada, pode isolá-las”, explica a psicóloga.
Quando o assunto é o desempenho escolar, Natália Ferraz, que também é coordenadora do Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NAP) da UnexMED em Vitória da Conquista, explica: “As distrações causadas pelo celular podem impactar diretamente o desempenho escolar das crianças, afetando funções cognitivas e emocionais essenciais para o processo de aprendizagem. Crianças que estão expostas às telas por longos períodos podem apresentar dificuldade de atenção, problemas de regulação emocional e de desenvolvimento de habilidades socioemocionais, comprometendo a assimilação dos conteúdos da aula, resultando em dificuldade de acompanhar o ritmo da turma. Isso gera uma sensação de inadequação e insegurança, em alguns casos, problemas de autoestima”.
Estudos do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) reforçam os argumentos por trás da lei. Alunos que passam mais de cinco horas diárias conectados obtêm, em média, 49 pontos a menos em matemática do que aqueles que limitam o uso a uma hora diária. Além disso, 80% dos estudantes brasileiros relatam que o celular é uma fonte de distração em sala de aula.
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