Foto: Reprodução
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No Dia Internacional de Luta Contra o Câncer na Infância, lembrado hoje (15), a Childhood Cancer International (CCI), alerta para a necessidade de ações globais conjuntas para enfrentar o que chama de desafio crescente imposto pela doença. Dados da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer indicam que cerca de 215 mil casos são diagnosticados todos os anos em menores de 15 anos, além de 85 mil casos entre adolescentes de 15 a 19 anos. “Apesar de o número de crianças com câncer ser bem menor quando comparado à incidência global da doença em adultos, o número de vidas salvas é significativamente maior: as taxas de sobrevivência em países de alta renda chegam a uma média de 84% e estão melhorando de forma consistente mesmo em áreas com menos recursos no mundo onde há apoio local e internacional”, destacou a CCI, por meio de nota. A campanha alerta ainda para a disparidade no acesso ao tratamento do câncer infantil em países de baixa e média renda, onde vivem 80% das crianças e adolescentes com câncer. De acordo com o comunicado, crianças e adolescentes na África, na Ásia, na América Latina e em partes do Leste e Sul europeu não têm acesso apropriado nem mesmo a medicamentos essenciais e cuidados especializados. “Atualmente, o local onde a criança reside muitas vezes determina sua habilidade de sobreviver ao câncer infantil”, concluiu a entidade, composta por 188 organizações membro de um total de 96 países.
Estigma social e desinformação
A campanha do Dia Mundial do Câncer aprofundará e ampliará o tema do estigma social do câncer, já iniciado no Dia Nacional de Combate ao Câncer de 2017. Trata-se de um assunto ainda pouco discutido no contexto nacional, que afeta inúmeros pacientes, seus familiares e amigos, e pode dificultar o enfrentamento da doença.
Outra questão abordada pela campanha é a importância da informação correta para a prevenção e controle do câncer. Boatos, notícias falsas (fake news) e equivocadas veiculadas e divulgadas por diversos meios, inclusive pela Internet, trazem informações que podem prejudicar o tratamento da doença.
O INCA faz um alerta para o perigo das notícias falsas sobre câncer, que, muitas vezes, circulam nas redes sociais, são compartilhadas e “viralizam”, chegando rapidamente a milhões de pessoas.
É importante checar a fonte das notícias, ou seja, conferir em que veículo e por quem foi publicada, procurar outros lugares para verificar a veracidade da informação e ter cuidado com tratamentos que prometem resultados milagrosos. Se possível, confira a informação na própria página citada, veja os sites dos órgãos oficiais (como o do INCA e do Ministério da Saúde), verifique a data de postagem da notícia e as referências antes de compartilhá-la.
Estimativa 2018/2019:
Incidência do Câncer no Brasil
Entre os muitos papéis que o INCA desempenha no controle do câncer, estão ações relacionadas à vigilância. Entre elas, a publicação, a cada dois anos, de estimativas de casos novos da doença.
Essas informações, produzidas seguindo rigorosos critérios científicos, têm o objetivo principal de apoiar o gestor no planejamento de políticas públicas de prevenção, detecção precoce e tratamento dos cânceres mais incidentes, de acordo com a realidade de cada estado ou região geográfica.
Para o biênio 2018-2019, a Divisão de Vigilância e Análise de Situação, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA, responsável pela compilação das informações, analisou os 19 tipos de câncer mais incidentes na população brasileira, sendo 18 nas mulheres e 15 entre os homens.
Na população masculina, os tipos mais incidentes nesse período serão: pele não melanoma, próstata, pulmão, intestino grosso, estômago e cavidade oral. Os cânceres que atingirão mais as mulheres, por sua vez, serão: pele não-melanoma, mama, intestino, colo do útero, pulmão e glândula tireoide.
Os outros tipos de câncer incluídos no levantamento são: esôfago, bexiga, laringe, leucemias, Sistema Nervoso Central, Linfoma de Hodgkin, Linfoma não Hodgkin, melanoma, corpo do útero e ovário.
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