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Uma das mais luxuosas residências da época, construída em meado do século XIX, conhecido como Casarão dos Alcântaras, em livramento de Nossa Senhora, não resiste as fortes chuvas e parte de suas estruturas começa desmoronar. O que motivou muitas críticas e protestos da população de Livramento, às autoridades que não tem se posicionado para encontrar uma solução definitiva para o imóvel, que seja o tombamento como Patrimônio Material do município. Já que o mesmo sempre foi um dos principais cartão Postal do Município.
Segundo levantamento descritivo do IPAC (Inventário de Proteção do Acervo Cultural) realizada em 1980. O seu proprietário mais antigo e provável construtor foi o Cônego Tibério Severino Rio de Contas que, ao falecer, deixou o imóvel para suas irmãs: Cândida Lira da Paixão, Rita e Flora. E Deoclides Alcântara a adquiriu em mãos das herdeiras do padre.
Há dois anos a arquiteta Kelly Spinola, trataneta de Deolides Alcântra, apresentou um projeto de Conclusão de Cusso, a fim de motivar uma campanha para uma reforma do casarão mas não obteve o êxito necessário.
Segue Reportagem veiculada no site: Mural de Noticias, editada e dirigida pelo Jornalista, radialista e publicitário Yonélio Sayd, do Município de Livramento de Nossa Senhora, em 25 de abril de 2019, com a autora do projeto, (TCC) Kelly Spinola, como conclusão do curso de arquitetura, em 2018, na Fainor – Faculdade Independente do Nordete.
A arquiteta Kelly Spinola é, inclusive, tetraneta de Deolides Alcântra, ultimo proprietário do Casarão.
No projeto de TCC – Projeto de trabalho acadêmico, Kelly propõe revitalizar o Casarão Alcântara e transformá-lo em Museu Histórico.
Conhecendo melhor o histórico do Casarão. “Segundo descrição do IPAC (Inventário de Proteção do Acervo Cultural) realizada em 1980 o edifício tem plantaretangular com anexos de serviços na parte posterior. O corpo principal é recoberto por telhado em duas águas. Seu aspecto atual é resultante de transformações sofridas no início do século XX, quando as fachadas principal e lateral esquerda foram adaptadas ao gosto neogótico.
Casa de Deoclides Alcântara – Não se sabe a data e por quem foi construída. Por suas características tipológicas parece tratar-se de uma construção de meado do século XIX. Seu proprietário mais antigo e provável construtor foi o Cônego Tibério Severino Rio de Contas que, ao falecer, deixou o imóvel para suas irmãs: Cândida Lira da Paixão, Rita e Flora. Deoclides Alcântara o adquiriu em mãos das herdeiras do padre.
O Casarão é considerado umas das mais antigas edificações da região.
Segue na íntegra conteúdo :
Link do site: https://www.muraldenoticias.com.br
Caso se torne realidade, praça em que se localiza o antigo imóvel poderia dar origem à criação de um Centro Histórico para Livramento
Imagina ter o gosto pelo desenho, mas não se dedicar a arte de criar somente rostos e formatos em papeis usando pinceis e tintas. Ou idealizar e erguer um majestoso edifício visto nas arquiteturas para obras reservadas somente para os grandes mestres, mas não fazer parte da complexidade de cálculos, física e de matemática, tão exigentes da *engenharia da construção civil?
Agora, imagina, então, unir tudo isso em um só objetivo para realizar o desejo de uma jovem estudante que foi buscar inspiração no curso de Arquitetura para tornar realidade muito mais a imaginação que seus próprios sonhos?
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É o que transparece na atividade do dia a dia da arquiteta Kelly Alcântara Spínola (foto) que uniu todos esses traços de sua vocação para o desenho, os cálculos e as edificações e, assim, criar lindos projetos de arquitetura, inspirados no mais contemporâneo momento atual e ao mesmo tempo futurista ou viajando no passado, e projetar em suas pranchetas, lápis, e réguas para executar, por exemplo, a reconstrução de um antigo imóvel de importância e singular valor histórico de um patrimônio cultural.
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Foi com esta sensibilidade e, talvez, com rara dosagem de saudosismo em momento de romantismo de sua força criadora, por ser ainda muito jovem, é que a formanda livramentense do curso de arquitetura decidiu que, além de mergulhar a fundo no trabalho acadêmico de caráter obrigatório e instrumento de avaliação final de seu curso superior, o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), seria elaborado e voltado para revitalizar o magnífico Casarão Alcântara, projeto criado e inspirado na sua vontade em vê-lo soerguido, resgatando, especialmente, o seu valor cultural e patrimonial. Afinal, ela vivenciou sua infância vendo aquele belo solar histórico e que pertenceu a seu tetra-avô Deoclides Alcântara e agora espólio de herança de herdeiros de seus próprios parentes.
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O projeto de Kelly Spínola, que é filha do casal Clemens (kêi) e Gislaine, apresenta o Casarão Alcântara, construção centenária do Município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, situado na Praça Dom Hélio Pascoal, N° 114, esquina com a Rua João Pessoa. “A edificação foi construída no século XIX, no período econômico do ciclo do diamante no sertão da Bahia, especificamente na Chapada Diamantina e possui grande relevância histórica e simbólica ao espaço inserido. As ruínas remontam o Casarão, desde o modo pelo qual foi erguido, seu estilo arquitetônico, os materiais utilizados em sua construção e até mesmo o período de implantação”, relata em seu TCC acadêmico a estudante, na época.
Com a revitalização urbana e arquitetônica o Casarão Alcântara é projetado para transformar-se em um Museu Histórico, preservando toda a sua fachada secular. A área física interna é destinada para o uso de espaços e salas para publicações diversas, em especial as de literatura clássica e moderna, além de abrigar a biblioteca e um acervo cultural. Outras áreas para exposições fixas e itinerantes, espaço de convivência e acolhimento para o público, com anexo de cafeteria, estacionamento, banheiros, administração e serviços gerais.
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Explica a autora do projeto de revitalização do antigo Casarão, o Solar dos Alcântara possui grande afeição dos moradores livramentenses e região, com isso, apresentá-lo recuperado, mantendo seus tons terrosos originais e adicionando novos pontos de cor, deve fazer parte do processo de revitalização. Além disso, ressignificá-lo, propondo um novo uso, o Museu proporcionaria uma grande transformação, sem perder seu estilo original.
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Por muitas décadas o Casarão Alcântara foi uma importante e luxuosa edificação na cidade de Livramento de Nossa Senhora. No entanto, hoje se encontra em condições de ruínas, apresentando deterioração na sua estrutura e em quase sua totalidade. Porém, a fachada mantém-se erguida e parcialmente preservada, sendo assim possível sua recuperação.
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“Devido ao valor histórico e simbólico agregado à edificação e as manifestações afetivas da população quanto ao Casarão Alcântara, este trabalho propõe como objetivo geral a proposta de revitalização deste, com a implantação de um museu histórico para a cidade. De modo a recuperar o espaço e integrar sua nova função à sua relevância imaterial. Surge uma moderna proposta de cunho cultural, aderindo também entretenimento e lazer, que visa prestigiar o instrumento patrimonial e o entorno inserido. Preservando-se as memórias e redefinindo-se os espaços, permitindo assim novos usos à preciosa edificação. As valorizações do meio inserido, da cidade, da arquitetura, da arte e da memória, fazem parte das influências abordadas nesta proposta. A partir das técnicas metodológicas científicas, bibliografias, iconografias, entrevistas, coletas de dados, análises, visita técnica da área de estudo e observações diretas e indiretas, foi possível definir os segmentos projetuais deste trabalho”, pontua.
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Explica, ainda, em seu trabalho acadêmico que, como técnica de abordagem, foi utilizado o método histórico, a fim de investigar os processos e acontecimentos vividos na edificação, associando essas vivências às influências que o Casarão possui na cidade. “É importante compreender as origens e os fatores que tornaram esta edificação um destaque, e assim, resgatar a propriedade, por meio dos novos processos culturais, privilegiando uma inédita atividade empregada ao meio inserido, incentivando a população e toda a comunidade a resguardar, preservar e propagar relações culturais e sociais”.
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O trabalho apresentado pela arquiteta e urbanista também potencializa para transformar a praça em que está construído o casarão em um Centro Histórico, uma vez que seu acervo representativo de várias épocas integra-se de maneira exemplar ao sítio físico, formando um conjunto peculiar, onde já existem importantes e antigas edificações, como o sobrado do Paço Municipal (Prefeitura), o Sobradinho, a Câmara Municipal e a Catedral, a principal igreja da Diocese, onde se encontra o trono episcopal, além de outros diversos casarios antigos formando também notável conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico dos séculos 19 e 20.
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O projeto que sugere revitalizar e resgatar o Casarão Alcântara, reintroduzindo-o na sociedade livramentense, especialmente como atração para fomento do turismo local e regional, é uma proposta que deve mobilizar governos municipal, estadual, federal, a população, sociedade organizada, setores de investimentos e organizações não governamentais para o turismo, unidos e participativos, em garantir a transformação deste belo projeto de Kelly Spínola em uma transformadora realidade, tornando belo Solar dos Alcântara em um referencial e belíssimo Cartão Postal da cidade.
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Enquanto isto não se torna realidade a jovem arquiteta e urbanista presta relevantes trabalhos em sua área atuando na sua própria empresa KS Arquitetura e Urbanismo, criando projetos arquitetônicos, urbanísticos, de interiores, consultorias, responsabilidade técnica para execução de obras, legalização e orientações.
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*É automático vincular a profissão do arquiteto à um profissional com muitas habilidades para o desenho, apesar de, na prática, saber desenhar é legal, mas não é essencial para quem quer seguir a carreira de Arquitetura e sempre dá para treinar essa habilidade na faculdade. Essa profissão abrange muito das áreas de humanas como história, estética e ocupação dos espaços na cidade, mas também simultaneamente a de exatas como cálculos, quantitativos e geometria, podendo estar classificada tanto em uma como na outra área. Hoje, o desenho à mão já pode ser substituído pelo aplicativo denominado AutoCAD, mas ainda é necessário o arquiteto usar matemática! Assim como em projeto arquitetônico é preciso saber matemática para fazer os quadros de áreas edificadas, como taxa de ocupação, aproveitamento, permeabilidade, computável, não computável, ventilação, iluminação etc.
Por isso engenheiro é engenheiro e arquiteto é arquiteto, já que cada um investe mais tempo de estudo em sua área específica. Antigamente, bem antigamente, ambos estudavam tudo. Portanto, cabe ao arquiteto saber um pouco sobre cada disciplina, de modo a saber interpretar e identificar conceitos básicos dos projetos complementares para que eles colaborem com a concepção do projeto de arquitetura, mas não será ele a pessoa a elaborar esses projetos complementares.
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