DA SÉRIE: (ENSAIOS QUE NOS LEVAM A PENSAR) nº 2

phpThumb_generated_thumbnailjpgCAULOV70

O (“senso comum”) e o (“bom-senso”)

(Procederes comportamentais humanos).

O que discuto aqui com mais acuidade é o “senso comum” dos cientistas newtonianos, (fins do século XVII em diante), que lhes fazia acreditar que existia o “éter” a preencher o espaço interestelar. Também faço uma pequena análise do já tão analisado “bom senso”. Aqui não analiso os sensos: críticos, práticos, morais nem os estéticos, analiso somente o “senso comum” e o “bom-senso”.

Antes, vamos ao estudo dos procederes comportamentais humanos, de imediato veremos que o tão decantado “bom senso”, sob certas injunções poderia ser tomado como um “mau senso”, pois, se o analisamos sob a ótica coercitiva das regras da lei, sob ângulo algum ele é um “bom senso”. Certas deduções de alguns conceitos nos põem de frente com a razão! Diferentemente do que a maioria concebe os conceitos de “bom-senso” e de “senso comum”, sendo este, o resultado de muitos daquele, sendo ambos completamente indefinidos e subjetivos, o conteúdo de um “bom-senso” às vezes, pode conter um “valor” ou ser uma “coisa” completamente oposta para dois seres, eis um exemplo comum! Para um “Ser” que elimina ou manda eliminar um seu semelhante como “vingança”, por um motivo qualquer. Seu “bom-senso” lhe diz que seu comportamento está (cem por cento) correto, e isto ocorre também com seus amigos, parentes, a aderentes. Esta tomada de posição pode ser compreendida como um ato de proteção aos seus descendentes e protegidos, parentes, a aderentes que escaparam daquele ato que o levou à radical vingança. No entanto foi estabelecido pelas leis de todo o mundo de, (sã consciência e fria razão), que a “vingança” é um ato fora da lei e, portanto fora do conceito e do contexto do que chamamos de “bom-senso”. Não me venham com esta, de que isto raramente ocorre. Pois isso ocorre cotidianamente, em todo o mundo, as famílias mais abastadas, (e não necessita ser tão abastada assim), aplicam pequenas fortunas na forma de “pecúnia” em vinganças, e normalmente estas pessoas não participam materialmente destas vinganças, entrando somente com o vil metal. A maioria dos familiares não chega a tomar conhecimento da “coisa”. Ficando assim, demonstrado que o que chamamos de “bom-senso” possui, em certos casos, facetas diametralmente opostas.

Sem maiores aprofundamentos, julgo ser suficiente o que nos diz, o Houaiss sobre o que seja o senso e o “bom-senso”: – …[no aristotelismo, na escolástica e no cartesianismo, o senso em si, seria a faculdade cognitiva cuja função é reunir as múltiplas impressões dos nossos sentidos, com o objetivo de unificar a imagem de um objeto percebido. Já para o “bom-senso” ele nos diz que este seria a capacidade, poder ou aptidão de distinguir o verdadeiro do falso, o bom do mau, o bem do mal, em questões corriqueiras, que não careçam de soluções técnicas, científicas ou que não exijam raciocínio elaborado]… – Portanto, temos aqui no geral, uma ótima definição do que seja o “bom-senso”. Sabemos que no cartesianismo o “bom-senso” seria o mesmo que a nossa tão conhecida e discutida “razão”.

Analisemos o que importa no momento…

Fiz nesse início de ensaio uma abordagem absolutamente ontológica ou humana, da análise do que chamo de entendimento das “coisas”, neste caso em particular, do “bom-senso”. Relendo e esmiuçando há dias, o livro O UNIVERSO NUMA CASCA DE NOZ, 7ª edição de 2004, do físico Williams Stephen Hawking, editora ARX páginas. 4, 6 e 9 -. Onde o físico trata da existência do “éter”, ali me deparei com a descrição deste conceito que desde há muito se tornou foco de um dos meus questionamentos. Talvez por formação, julgo ser natural despender tempo e atenção a fatos que me contradigam o “bom-senso”. A propósito, a dificuldade para mim não é fazer a análise da contradição encontrada, mas sim, fazer a análise do que seja o meu “bom-senso” quanto à contradição encontrada. Neste caso torna-se necessário fazer uma pequena transcrição de parte do “texto do conceito de éter na época” pois, ele está ligado à teoria da relatividade restrita, contida no livro acima e em apreço: abaixo transcrevo este texto do Hawking. Aqui neste ensaio tratarei especificamente do conceito do espaço preenchido pelo velho “éter” e do conceito do espaço relativista preenchido pelo vácuo, se é que o vácuo pode preencher alguma “coisa”! Pelo menos ao que o “bom senso” nos diz! Pode é desencher…

Em fins do século XIX, era “senso comum” entre os cientistas, de que estavam perto da descrição completa do universo. E de que o espaço fosse preenchido por algo que denominavam de “éter”.  Para obterem uma teoria completa do universo, faltavam-lhes somente medições acuradas das propriedades elásticas do “éter”. A luz e os sinais de rádio na forma de ondas percorriam o “éter”, da mesma forma que o som percorre o ar como ondas de pressão.

Naquele final do século “XIX”, Experimentos de laboratório mostravam discrepâncias na idéia de um éter que preenchia todo o espaço interestelar. Era “senso comum” entre os cientistas de que a luz possuísse uma velocidade fixa dentro do “éter”, porem, se você se movesse através do “éter” na mesma direção da luz, obviamente, ela pareceria mais lenta, ocorrendo o oposto se você se movesse na direção contrária.

Surgiram discrepâncias em diversos experimentos, e não em um só, o mais conhecido foi o experimento de Albert Abraham Michelson e Edward Morley, em Clevelandn Ohio, EEUU, isto em 1887- pelo Abraham nota-se que Michelson era judeu, por sinal, ele era prussiano.

O experimento deles é bastante engenhoso e simples ao mesmo tempo, Michelson e Morley utilizaram um instrumento inventado por Michelson em 1881, denominado de interferômetro onde a luz penetrava divida em dois raios luminosos por espelhos parcialmente prateados, quando retornam, novamente tornam-se um único feixe.  Eles compararam a velocidade da luz de dois feixes de luz formando um ângulo reto. À medida que a Terra gira em torno do seu eixo numa velocidade de 1669 km/h e orbita em torno do Sol a uma velocidade de 107 mil km/h, portanto o aparato se move através do éter com velocidades e direções diferentes, quando os feixes retornam ao espelho parcialmente prateado, se recombinam em um só feixe, Se houvesse uma diferença na velocidade da luz numa das direções, faria com que as cristas das ondas de um dos feixes chegassem ao mesmo tempo aos vales das ondas do outro feixe, provocando o que em ótica chama-se de interferência, o engenhoso interferômetro utilizado por Michelson/Morley não detectou diferenças entre as velocidades da luz, vindas de direções diferentes, e com velocidades diferentes, comprovando que a luz possui uma só velocidade, não importando a velocidade nem a direção que se a observe. Este experimento foi uma das chaves, e o principal fundamento para Albert Einstein estabelecer sua teoria da relatividade restrita. Este fundamento é a constância da velocidade da luz “c”.

Eis o que nos relata o físico inglês Stephen Hawking, á página 6 do seu livro citado acima…. – [Baseados no experimento de Michelson-Morley, o físico irlandês George FitzGerald e o físico holandês Hendrik Lorentz sugeriram que corpos em movimento através do éter se contrairiam e que relógios se retardariam. Esta contração e o retardamento dos relógios seriam tais que todas as pessoas mediriam a mesma velocidade da luz, independentemente de como estivessem se movendo em relação ao éter. (FitzGerald e Lorentz ainda consideravam o éter uma substância real.) Esta idéia de FitzGerald e de Hendrik de que os corpos se encolheriam e de que os relógios retardariam, deve ter estimulado o raciocínio de Einstein quanto a relatividade restrita e a geral, onde nesta última Einstein chega a estes conceitos. Entretanto em um artigo escrito em junho de 1905 Einstein mostrou que, se uma pessoa não conseguia detectar se estava ou não se movendo no espaço, a noção de éter era supérflua. E assim, abandonou-se de vez a idéia de “éter”. Em vez disso, ele partiu do postulado de que as leis da ciência deveriam parecer as mesmas para todos os observadores em movimento livre.

Em particular, todos eles deveriam medir a mesma velocidade da luz, sem importar o quão rápido os observadores estivessem se movendo. A velocidade da luz é independente do movimento deles, sendo a mesma em todas as direções.

Isso exigia o abandono da idéia de que existe uma entidade universal chamada tempo que todos os relógios mediriam. Ao contrário, cada um teria seu tempo pessoal. Os tempos de duas pessoas coincidiriam se elas estivessem em repouso uma em relação à outra, mas, não se estivessem em movimento….} – Hawking.

Essa ideia de que cada observador em seu próprio SC (sistema coordenado) possuir seu próprio tempo, deve ter feito os neurônios de Einstein dispararem. A teoria da relatividade restrita de 1905 aguardou 11 anos, para ver sua irmã, a teoria da relatividade geral em 1916 vir à tona, englobando a gravitação na teoria, curvando o espaço e criando mais uma dimensão, a do espaço/tempo.

Voltemos ao tema principal do ensaio que é o “senso comum”:

O “senso comum” dos físicos newtonianos, (fins do século XVII em diante), lhes dizia que algo preenchia o espaço entre as estrelas, naturalmente que o “senso comum” é o senso de muitas pessoas, e obviamente é fruto de seus “bons sensos”.

É claro que não existe um “éter” material, tipo um gás molecular a preencher o espaço vazio sideral! Nem tão pouco existe o vácuo absoluto. Creio que “algo muito sutil”, preenche todo o universo, não somente o espaço vazio, mas tudo de que é composto o universo conhecido, os 4% de matéria, os 23% de matéria escura e os 73% de energia escura e o próprio espaço são preenchidos com este “algo muito sutil”, eu o nomino de tecido do universo. Este tecido está na forma das sete dimensões do espaço de Calabi-Yau, sendo a essência da essência de tudo que existe no universo. Agora a pergunta que não quer calar…

Como e porquê o “bom senso” dos antigos físicos lhes intuíram que algo preenchia o espaço, se naquela época não se sabia quase nada sobre o espaço sideral? Muito menos sobre física quântica, ou da teoria das cordas… Sei que Gaia é viva, isto eu sei, e de que a vida no planeta é um único e imenso organismo, isso eu mais que sei. Parece-me que “holisticamente falando”, nós intuitivamente enxergamos o futuro do desabrochar da ciência. Observem que a maioria das maravilhas previstas pela ficção científica no passado, hoje é uma realidade e de uso banal e corriqueiro. Donde vem este poder de previsão dos humanos? Diriam da necessidade! Ora! A necessidade é imediata por si mesma, e muitos inventos foram previstos em épocas em que não se tinha necessidade deles…

Não vou descrever aqui as outras sete dimensões…

Aos que não leram sobre as outras sete dimensões do espaço de Calabi-Yau, elas são descritas de forma sucinta noutro ensaio que postei aqui neste blog, com o título de NOSSO UNIVERSO DE 11 DIMENSÕES, o fiz na forma de uma carta aberta ao meu amigo e professor Davi Lima de Araújo, este ensaio se encontra na página 4 de meus ensaios.

A propósito do tema: “bom senso”,

No dia 11 de fevereiro do ano de 2005 fiz uma curta carta a um meu primo, o Deusdeth Ferraz Silva, no fim das 18 (dezoito) páginas que lhe escrevi, expus um dos meus pontos de vista sobre o “bom senso”. Ei-lo:

Não vá pensar que sou um “Movér de Nostradamus!” O destino que está traçado para a humanidade, e que expus aqui de maneira bastante simplificada, é o que qualquer pessoa com um mínimo de “bom senso” pode deduzir para o futuro de uma sociedade tão burra, injusta e egoísta, refiro-me neste caso a toda a humanidade.

Será que “bom senso” é a capacidade de se “enxergar” o óbvio? Ou então a capacidade de “ver” distorcendo e adaptando os fatos para um modelo particular de visão? Nem sempre o meu “bom senso” é o teu “bom senso”! Sendo o “senso” uma função que envolve três ferramentas do conhecimento, a ferramenta analítica a empírica e a dialética, assim com o uso das duas últimas não se espera “bons sensos” concludentes, concordes e “apodíticos” para duas intelecções. Ou o “bom senso” não conteria a priori, mais uma antinomia de Kant! Deusdeth, a despeito de todas as refutações do kantismo sobre a existência de um Ser Superior. (A refutação físico-teológica a ontológica e a cosmológica). Creio intuitivamente na existência de um Criador ontológico e transcendental.  Eis o fato que nublou a visão de Kant, (1724-1804). Fato este só vislumbrado quase dois séculos depois por outro grande filósofo. “Através dos óculos da nossa finitude humana enxergamos a Infinitude Divina, visualizando-a assim como nós somos, mas não assim como ela é”, Huberto Rohden (1894-1981). Aqui o “bom senso” vai para o espaço…

Então, caro Deusdeth, a análise e o retrato que Kant fez do “Ser Supremo”, da “Divindade”, foi a análise e o retrato dele mesmo. Ele estava na realidade, era analisando filosoficamente um ser “finito” como ele próprio. Deste engano, nenhum ser humano escapa.

( O “Criador ontológico” a que me refiro neste escrito, de 2005 é o mesmo Criador que ao criar a vida em nossa orbe, estabeleceu um período em que  o homo sapiens sapiens teria supremacia sobre os demais seres vivos. Assim, para o nosso “hoje”, ele foi ontológico.) Movér-20/02/11

Vitória da Conquista, 20 de fevereiro de 2011

Edimilson Santos Silva Movér

A carta à Deusdeth, é a descrição de outro apocalipse para o planeta. Esta carta embora escrita, como dizem, sobre a perna, é interessantíssima e atual, assim, ela será postada nos blogs em três partes, o que transcrevi aqui é somente parte da última página desta mesma carta.

Movér